Um bom exemplo de inclusão na educação, com o projeto “Bora Acolher”, é o que atende filhos de estudantes matriculados na Educação de Jovens, Adultos e Idosos na Escola Municipal Ensino Fundamental (EMEF) Helder Fialho, em Outeiro.
O projetor “Bora Acolher” é implementado pela Coordenadoria de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Coejai) da Secretaria Municipal de Educação (Semec), com o objetivo de garantia de direitos à família, proporcionando a alfabetização dos pais e mães e, ao mesmo tempo, garantido a proteção aos filhos.
A ação atende 42 crianças filhos de estudantes indígenas venezuelanos da etnia Warao, que moram em duas comunidades, Beira Mar e Itaiteua, no distrito de Outeiro. Os pais e mães das crianças enfrentavam muita dificuldade de frequentar a escola por não terem onde deixar seus filhos com segurança.
Evasão Zero
Até 2021, a situação causou uma evasão muito grande de alunos da modalidade Ejai na Escola Municipal Helder Fialho. Com a implantação do projeto em 2022, os estudantes passaram a levar os filhos para escola e a medida fez com que a evasão esteja em um patamar zero, atualmente.
Durante o horário de aula da Ejai, 19h às 22h, as crianças Warao são atendidas por uma equipe pedagógica. Além da refeição, são desenvolvidas atividades lúdicas e esportivas e, enquanto isso, os pais e mães são alfabetizados no âmbito do programa Alfabetiza Belém, que é considerado prioridade na gestão municipal.
Para o coordenador da Coejai, Miguel Picanço, o motivo de começar o projeto com os indígenas Warao foi a alta vulnerabilidade das crianças. “Nós priorizarmos o povo indígena Warao, porque a intenção primeira do projeto, como o próprio nome diz, é acolher filhas e filhos de pais e mães estudantes da Ejai, que estejam em extrema vulnerabilidade, essa é a condição pra assegurar esse acolhimento”, explica Picanço.
Segurança – O “Bora Acolher,” garante tranquilidade aos estudantes em relação à segurança dos filhos, como é o caso da aluna Mariluz Mariano, que mora na comunidade Beira-Mar. Ela conta que ficou bem melhor. ” Agora fico mais tranquila com meu filho aqui comigo na escola. Eu quero estudar para conseguir um certificado para arranjar um emprego e até chegar na universidade”, afirma.
O professor Diego Monteiro é o responsável pela equipe que trabalha as atividades com as 42 crianças Warao. Ele informa, que com a implantação do projeto, as maiores dificuldades detectadas foram as diferenças culturais e o idioma.
Respeito – Com o tempo, esses problemas foram superados, através da realização de atividades que respeitam a cultura do povo Warao e, por outro lado, as crianças também aprenderam um pouco do português, o que facilitou a comunicação.
“No início foi um pouco difícil trabalhar com crianças de outro país. Em vários momentos deixamos eles à vontade com brincadeiras da cultura deles. Eles gostam muito de cantar. Tudo isso fez nascer um respeito entre nós. Agora é só alegria”, assegura o professor.
Atualmente, a Escola Municipal Helder Fialho possui 166 estudantes matriculados na Ejai, sendo um pouco mais de 60 da etnia Warao. Fonte: Agência Belém.