Mais um caso de “fura-fila” é denunciado nesse período de poucas doses do imunizante contra covid-19. Dessa vez, a prática teria ocorrido no curso de medicina da Unifamaz, em Belém. O ato envolveria poder de influencia familiar na própria faculdade não seria a primeira vez.
A denúncia parte de alunos do 7º período do curso de Medicina da faculdade particular. Os alunos informam que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) liberou a vacina contra Covid-19 para alunos do internato do 9°, 10°, 11° e 12° períodos. Ocorre que nessa manhã de domingo, 11, foram surpreendidos com a notícia de que a aluna do 7° período teria sido vacinada.
Layla Abou El Hosn Cordero é apontada como a aluna que passou na frente de toda sua turma e demais alunos que estavam à frente dela no cronograma de vacinação da instituição, além de colegas de curso de outras instituições de ensino.
Segundo os alunos prejudicados, a envolvida teria conseguido furar a fila por ser filha do responsável por conseguir as vacinas: José Antônio Cordero da Silva, coordenador de extensão da faculdade e professor de ética do curso. Além disso, a aluna também é enteada da coordenadora do dito curso: Márcia Bittar.
Essa não teria sido a primeira vez, ainda de acordo com a denúncia, de que Layla fura uma fila na instituição. Ela teria usado a mesma prática para entrar um semestre antes no curso de Medicina. A colocação da aluna era 208ª, mas acabou passando na frente de mais de 100 pessoas, tudo por conta de suposta influência do pai na instituição, que lhe rendeu, inclusive, uma monitoria no ano de 2020, mesmo que estivesse proibido, no edital, parentesco entre discente e docente.
Um dos denunciantes disse que a aluna não seria voluntária para atuar no combate à Covid porque “não houve seleção para isso, ela não praticou nenhum ato de voluntariado e não existe essa exceção no plano de vacinação”.
Os alunos prejudicados estão empenhados por justiça e pretendem entrar com uma petição contra ela junto ao Ministério Público do Pará, ainda nesta segunda-feira.
O Ver-o-Fato tentou entrar em contato com Layla por telefone, deixando recado em aplicativo de mensagem, mas não teve retorno. O espaço está aberto para a manifestação dela e também do vice-diretor, pai da aluna, e da coordenadora do curso.
Atualização às 13h40
Em nota curta enviada no começo da tarde desta segunda-feira, 12, ao Ver-o-Fato, a prefeitura esclarece o seguinte: “A prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde informa que a sesma é responsável por enviar as doses mas não é ela quem define quem vai ser imunizado”.
Veja imagens apontadas como sendo da aluna minutos antes de sua vacinação. Ela seria a mulher de camisa preta que aparece próximo dos profissionais de saúde:
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