O que seria uma solução, se fossem observadas as condições estabelecidas para o funcionamento desse novo lixão, transformou-se num pesadelo que aflige mais de 10 mil famílias, obrigadas a conviver diariamente com esse estado de calamidade pública para a qual não se vê qualquer providência, seja do Ministério Público Estadual ou Federal, fiscais da lei e, em tese, a serviço da própria sociedade, que é quem lhes paga polpudos salários, seja pelas autoridades da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas) ou do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que deveriam fiscalizar, multar, punir ou quem sabe até fechar o lixão por não ter sido cumprido pela empresa aquilo que ficou acordado.
A verdade é que ninguém fiscaliza nada e as leis ambientais – como dizia o velho general Magalhães Barata, que governou o Pará há mais de 60 anos – neste Estado não passam de potoca, ou seja, de mentira. Tudo parece dominado em Marituba, por forças poderosas, movidas pelo dinheiro, que atuariam em conjunto para prejudicar moradores pobres, que pagam impostos escorchantes a governos incompetentes e corruptos para serem sufocados por gases oriundos do lixo de 450 mil casas despejado diariamente na área.
Segundo os moradores de Marituba, em novo contato com o blog Ver-o-Fato, tudo piorou da semana passada – período de uma postagem feita aqui neste espaço, denunciando o problema – para hoje. “O fedor agora parece de fezes soltas no ar. A gente não consegue dormir, respirar direito. Dói a cabeça, o cheiro parece que fica impregnado na gente”, define um morador do bairro Santa Lúcia I.
Mas é bom que se diga que nem tudo é conivência e omissão. A vereadora Marinor Brito, por exemplo, tem levantado sua voz contra esses crimes da tribuna da Câmara Municipal de Belém. Na semana passada, Marinor entregou ao Ministério Público Federal (MPF) novas denúncias de irregularidades sobre o lixão de Marituba de propriedade da empresa Revita Engenharia S/A.
Segundo os moradores, o lixo não é tratado, fica exposto “a céu aberto” e não sofre nenhum tipo de tratamento pela Central de Processamento de Tratamento de Resíduos Sólidos da Revita o que ocasiona uma série de problemas, como a contaminação do solo, de rios e do ar, causando várias doenças. O maior dano, afirma Marinor, é que o local é uma área de proteção ambiental, onde vivem populações quilombolas e seus descendentes que necessitam dos rios e da vegetação para sobreviverem e que agora estão padecendo por conta da contaminação de tudo.
“O mau cheiro é constante, o desconforto é muito grande, ocasionando uma quantidade incalculável de danos à saúde e meio-ambiente, pois o lixo, sem nenhum tipo de tratamento ou reciclagem, libera líquidos e resíduos altamente poluentes como o chorume.
Marinor relatou a calamidade ao procurador do MPF e pediu providências |
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