A Escola Estadual de Ensino Médio e Fundamental Agostinho Monteiro, localizada no Bairro Cidade Nova II, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, continua com as atividades paralisadas, porque ameaça desabar na cabeça dos alunos, professores e funcionários, literalmente.
De acordo com a comunidade escolar, a escola foi interditada em março deste ano de 2022 pelo Corpo de Bombeiros, que constatou, entre outras ameaças, que a estrutura da caixa d’água do prédio poderia desabar a qualquer momento. A partir de setembro, os alunos deixaram de ter aulas presenciais.
“A comunidade foi submetida a riscos, pois as aulas presenciais só foram suspensas em 24 de setembro deste ano, sem resolução dos problemas estruturais. Existe uma denúncia no Ministério Público sobre a precariedade da escola desde o mês de novembro de 2021 e nada foi feito até agora, apesar da reivindicação da comunidade escolar”, afirmou uma professoras que terá a identidade preservada.
A causa da paralisação das aulas presenciais foi principalmente o perigo de queda da estrutura da caixa d’água, que precisava ser demolida. Mas a fiação elétrica está em condições precárias, oferecendo perigo a todos e, além do mais, os banheiros dos alunos não têm a mínima estrutura para uso, tanto feminino quanto masculino, aponta o Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública de Ananindeua )Sintepp).
O sindicato informou que acompanhou a comunidade escolar em reuniões com representantes da Secretaria de Educação do Estado, no dia 4 de outubro, com a presença de engenheiro da obra de reparo da escola.
“Nessa reunião, a Seduc prometeu que a caixa d’água interditada, sob risco de desabamento, seria demolida e seriam estruturados banheiros para uso dos estudantes até o dia 07 e com isso seriam retomadas as aulas presenciais no dia 11 de outubro, porém, o retorno presencial não ocorreu no dia 11, pois a Seduc não cumpriu as promessas”, afirma a direção do sindicato.
A comunidade escolar foi informada que a escola não passará por reforma, apenas reparos pontuais, o que não resolverá os graves problemas estruturais daquela unidade de ensino.
A comunidade exige reforma completa, com remanejamento de estudantes e trabalhadores para um espaço alugado que garanta dignidade na manutenção das atividades presenciais e o direito à educação de seus filhos e filhas, destaca o Sintepp.
Nova denúncia foi feita ao Ministério Público em abril
De acordo com o Sintepp Ananindeua, apesar de nova denúncia da comunidade ter sido feita no dia 13 de abril deste ano, sobre os riscos de desabamentos na escola, o Ministério Público apenas fez reuniões com a Seduc para ouvir promessas, ao invés de ajuizar ação pedindo o cumprimento do dever do Estado de garantir o prédio escolar em condições mínimas de uso.
Ainda segundo o Sintepp, um ventilador da escola caiu na cabeça do professor de História, Luiz André, em decorrência da falta de manutenção. O professor teve de ser atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento, com ferimento na cabeça.