Na madrugada deste sábado (22), a cidade de Ananindeua foi palco de mais um trágico episódio de violência. Edgar Barreto Barbosa, de 45 anos, conhecido como Edgar Wolverine, foi assassinado a tiros próximo à sua choperia, “Bom de Taco”, localizada no bairro Cidade Nova. O crime ocorreu por volta das 1h40, quando a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo. O autor do crime fugiu do local antes da chegada da polícia.
Edgar Wolverine, além de empresário, era DJ e havia sido candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2024. Ele era uma figura conhecida na região, tanto por seu estabelecimento quanto por sua atuação na cena musical e política. A notícia de sua morte rapidamente se espalhou, gerando comoção entre amigos, familiares e clientes.
A Polícia Militar foi acionada após relatos de disparos na área. Ao chegarem ao local, os agentes encontraram Edgar caído no chão, já sem vida. A Polícia Científica foi chamada para remover o corpo e realizar os procedimentos de praxe. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil esteve no local para iniciar as investigações, que serão conduzidas pela Delegacia do Icuí. Até o momento, a motivação e a autoria do crime permanecem desconhecidas.
Nas redes sociais e grupos de mensagens, imagens do local do crime foram compartilhadas, mostrando a vítima no chão. Relatos de testemunhas indicam que o assassinato ocorreu na frente do estabelecimento, com três tiros sendo disparados. “A festa parou na hora. Tinha pouca gente, mas foi horrível ouvir e ver isso”, relatou uma pessoa que estava no local.
Ameaças e o silêncio do poder público
A morte de Edgar Wolverine não é apenas mais um número na estatística de violência no Pará. Segundo informações que circulam entre moradores e comerciantes da região, o crime estaria relacionado à recusa de Edgar em pagar uma “taxa” imposta por facções criminosas. Esse tipo de extorsão tem se tornado cada vez mais comum em Ananindeua e em outras partes do estado, deixando comerciantes e trabalhadores em situação de vulnerabilidade e medo.
Enquanto isso, a população questiona a falta de ações efetivas por parte do governo estadual para combater a escalada da violência. O governador Helder Barbalho tem sido criticado por sua suposta omissão diante do avanço do crime organizado no estado. “Até quando trabalhadores terão que morrer e se submeter ao crime para trabalhar?”, questionam moradores indignados. A sensação de abandono é ainda mais agravada pela percepção de que a força policial tem sido direcionada para outras áreas, como a repressão a comunidades quilombolas, enquanto a segurança pública nas cidades parece negligenciada.
Edgar Wolverine deixa um legado que vai além de sua choperia. Como DJ, ele animava festas e eventos na região, sendo uma figura querida por muitos. Sua candidatura a vereador em 2024 demonstrava seu desejo de contribuir para a comunidade de forma mais ampla. Agora, sua morte escancara não apenas a violência que assola o Pará, mas também a falência de um sistema de segurança pública que parece incapaz de proteger seus cidadãos.
A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o crime seja repassada de forma anônima pelo Disque-Denúncia 181 ou pelo WhatsApp (91) 98115-9181. A população espera que as investigações avancem e que os responsáveis sejam levados à justiça, mas, acima de tudo, que medidas concretas sejam tomadas para evitar que tragédias como essa se repitam. Enquanto isso, a pergunta que ecoa nas ruas de Ananindeua é: até quando?