A menina Amanda Julie Ribeiro Sobrinho, de 10 anos, morta brutalmente em Anajás, na Região do Marajó, foi atraída para cilada por uma adolescente de 16 anos, por causa de uma dívida que o pai dela tinha com traficantes. As informações foram confirmadas por um policial que participou das investigações.
O principal acusado pelo crime foi morto em confronto com a polícia. A adolescente e um irmão dela, também envolvidos diretamente no crime e com o tráfico de drogas, foram transferidos para Belém nesta segunda-feira (13). Os dois chegaram à capital de avião e ficarão à disposição da justiça e do juizado da infância por ela ser menor de idade.
Seguindo a Polícia Civil, o principal acusado de ter sequestrado, torturado e assassinado a menina, o traficante Josuel dos Santos Gomes, o “Durão”, foi morto ao reagir à prisão atirando contra os policiais. Com ele foram apreendidos um revólver e três espingardas. O outro acusado, Jobson da Silva Miranda, o “Louro”, está sendo interrogado em Belém.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Walter Resende de Almeida, os investigadores conseguiram imagens de câmeras de segurança que filmaram o menina em companhia da adolescente. As duas também tinham sido vistas por moradores da cidade, que apontaram inicialmente a adolescente como provável autora do crime.
Ao ser ouvida pela polícia, a menor confessou a participação no crime e entregou o mandante, assim como o irmão dela. Ao se ver cercado pelos policiais, o traficante “Durão” reagiu e foi baleado, morrendo antes de chegar ao hospital. Agora, as investigações prosseguem para tentar identificar outros possíveis envolvidos com o crime.
Conforme a polícia, a pequena Amanda ficou mantida em cativeiro por dois dias, tempo em que pode ter sido torturada e até mesmo ter sofrido violência sexual. O laudo necroscópico vai informar com exatidão a causa da morte e se houve estupro. Há suspeita de que ela tenha sido estrangulada.
Corpo foi encontrado embaixo de um trapiche
.A menina estava desaparecida desde a última terça-feira (7), quando saiu de casa e foi filmada por uma câmera de segurança caminhando sozinha por uma rua da cidade de Anajás, no Arquipélago do Marajó. Ela foi encontrada morta, na tarde de sábado (11), embaixo do trapiche de um depósito de gás desativado, localizado em um local de pouca movimentação, às margens do Rio Anajás.
O corpo estava em adiantado estado de decomposição, amarrado em um esteio de sustentação do trapiche, com fios elétricos enrolados na cintura e no pescoço.
O município de Anajás é um dos mais pobres do Pará e do Brasil, com um dos Índices de Desenvolvimento Humano mais baixos do país.