Não é fácil o dia pós clássico para quem o perde, ainda mais esse jogo de domingo, valendo o acesso e por 1 x 0 (uma goleada seria menos dolorosa). Os últimos anos acostumaram mal a nós que torcemos pelo Paysandu. Mas fato é que, assim que rolou a bola, com o primeiro passe errado acontecendo antes dos 10 segundos de jogo, algo prenunciava que a noite não seria das melhores. A sensação é que nunca sairia nem o empate, o juiz poderia dar o acréscimo que fosse.
Era noite do Remo. Tanto é que o outro jogo foi empate e o Leão, depois de 13 anos de muita zoação e até ficar sem série, merecidamente subiu para série B 2021. Antes mesmo de ter se confirmado o acesso, torcedores já se dirigiam para Doca. Me senti um eleitor do Eguchi na noite de vitória do ED, porque minha máscara denunciava que sou bicolor e os carros ao lado, abarrotados de torcedores azulinos, entoavam o tradicional “Sal, sal, sal na mucura”.
Por fora eu sorria, por dentro, ainda pensava naquela rebatida pra frente do nosso goleirão, que nenhum zagueiro veio fazer a cobertura, e que resultou no gol fatal da derrota.
Hoje de manhã a cidade acordou cheia de azulinos com o sorriso largo. Para nós, bicolores, uma sensação de tensão paira no ar. O assunto está em todos os cantos da cidade, inclusive, o motorista do ônibus, em pleno Bengui, parou simetricamente ao lado de outro busão só para zoar com o cobrador e motora que eram bicolores, no que o povo do bonde não poupou nos xingamentos por estarem atrasados para o trabalho.
O zoador ouviu tudo com alegria de quem cumpriu a missão de não deixar passar a vitória de ontem.
Perder a partida de ontem causou quase uma sensação de luto. Porém, o anestésico tem sido pensar que ainda temos chances, mesmo com esse elenco bastante problemático e que nos dá a sensação de que nosso time da pelada de final de semana é melhor.
Sábado tem mais, que o Remo tenha o espírito de Pará e vença, indo feliz para final, porque a final do Papão já é neste próximo jogo.
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