O processo que investiga o brutal assassinato da tatuadora Flávia Alves Bezerra, ocorrido em Marabá, sudeste do Pará, avançou para o Poder Judiciário, onde agora tramita sob sigilo. O caso, que chocou a comunidade local, continua a levantar questões enquanto detalhes permanecem restritos, inclusive para a Polícia Civil.
Flávia, de 26 anos, desapareceu em 15 de abril deste ano após sair de um bar com amigos. Dez dias depois, seu corpo foi encontrado em uma cova rasa no município de Jacundá. As investigações revelaram que William Araújo Sousa, que estava com a vítima na noite do desaparecimento, foi o responsável pelo crime. Durante o inquérito, William optou por permanecer calado, o que adicionou um ar de mistério ao caso.
O laudo de reprodução simulada, que reconstruiu o crime, foi recentemente concluído e encaminhado ao Ministério Público. Segundo o delegado Walter Ruiz Bogaz Neto, que presidiu o inquérito, a reconstituição foi crucial para confirmar a dinâmica do assassinato. Durante essa etapa, William e sua esposa, Deidyelle Oliveira Alves, apresentaram versões conflitantes, especialmente no que diz respeito à ocultação do cadáver.
A reconstituição evidenciou a posição dos envolvidos dentro do veículo e a sequência de eventos que culminaram no enterro do corpo de Flávia em Jacundá. “O laudo ilustrou o que foi apurado”, declarou o delegado, destacando que as evidências reforçam o que já havia sido estabelecido durante as investigações.
As imagens de câmeras de segurança e outras provas recolhidas pela Polícia Civil foram fundamentais para delimitar o trajeto percorrido pelo veículo de William e o local onde o corpo de Flávia foi ocultado. As investigações também revelaram que Deidyelle, esposa de William, teve participação ativa no crime, ajudando a esconder o cadáver. Foi ela quem, em depoimento, indicou à polícia o local exato onde a vítima estava enterrada, um lugar de difícil acesso que exigiu grande esforço dos agentes para desenterrar o corpo.
Com o caso agora em fase sigilosa, a expectativa é de que novos desdobramentos ocorram nos tribunais. A complexidade do crime e o envolvimento de mais pessoas tornam este um dos casos mais marcantes na região, gerando apreensão e expectativa por justiça.