Quando tinha 11 anos, o garoto Julian Álvarez conseguiu uma foto com seu ídolo, Lionel Messi. Onze anos depois, ele forma com o camisa 10 uma das mais talentosas duplas de ataque do futebol mundial. Saíram dos pés dos dois todos os gols que garantiram a vitória por 3 a 0 sobre a Croácia que colocou a Argentina na final da Copa do Mundo do Catar.
Em seu último Mundial, o camisa 10 contou com a parceria do atacante 13 anos mais novo que ele para colocar a seleção alviceleste numa final de Copa após oito anos. Os dois lideraram com apresentações de gala o triunfo sobre os croatas nesta terça-feira e deixaram eufórica uma multidão de argentinos no Estádio Lusail.
Os argentinos não encontraram dificuldade para despachar o rival europeu e mostraram à seleção brasileira o que era preciso ser feito diante da equipe de Luka Modric, que pouco fez nesta terça. Emiliano Martínez quase não trabalhou numa noite em que a Argentina foi dominante.
O time sul-americano busca encerrar jejum de 36 anos e levantar a terceira taça mundial. Para isso, terá de vencer França ou Marrocos, que decidem quem será o segundo finalista nesta quarta-feira, no Al Bayt. A decisão será no domingo, 18, ao meio-dia (de Brasília), novamente no Lusail.
Ao fazer de pênalti o gol que abriu o caminho para a vitória, Messi, acostumado a pulverizar recordes, superou Batistuta e se tornou o maior goleador argentino na história das Copas, com 11 gols. Também se igualou a Mbappé, seu colega no PSG, na artilharia do torneio – ambos foram às redes cinco vezes – e, em sua 25ª partida, virou o atleta com mais jogos em Mundiais ao lado do alemão Lothar Matthäus.
Messi não tem jogado “sozinho” como no passado. No Catar, tem a companhia de atletas que estão na mesma rotação que ele. Julian Álvarez, revelado pelo River Plate, é um deles. Uma das principais revelações do futebol argentino, o jovem de 22 anos do Manchester City sofreu o pênalti que o camisa 10 converteu no ângulo esquerdo aos 34 minutos e definiu o passeio argentino com dois gols.
O seu primeiro ele marcou na base do talento e da insistência. Deixou ao menos dois marcadores para trás e contou com a falha de Sosa para invadir a área e tocar com o peito do pé para as redes. Os torcedores exageradamente compararam a jogada com o antológico gol de Maradona nas quartas final do Mundial de 1986 contra a Argentina.
O segundo dele, terceiro da Argentina, saiu após jogada de gênio de Messi, para quem o esplêndido é comum. O camisa 10 tirou Gvardiol, um defensor 15 mais jovem que ele, para dançar um tango na linha de fundo por uns 30 metros. O craque argentino deixou o zagueiro croata para trás, entrou na área e serviu Álvarez, que definiu com precisão.
O gol antológico selou o triunfo no Lusail e fez os torcedores reverenciarem Messi e Álvarez, de gerações diferentes, mas de semelhante talento. Messi e Álvarez, juntos, têm nove gols no Mundial catariano.
Anestesiados, os croatas nada fizeram. Até tentaram. Trocaram muitos passes, mas sem efetividade, foram engolidos pelos argentinos, eficientes em seus contra-ataques. Nada deu certo numa noite histórica para a seleção alviceleste, de volta a uma decisão de Copa depois de oito anos. As informações são do Estadão.
FICHA TÉCNICA
ARGENTINA 3 X 0 CROÁCIA
ARGENTINA: Emiliano Martínez; Molina (Foyth), Otamendi, Romero e Tagliafico; De Paul (Palacios), Paredes (Lisandro Martínez), Enzo Fernández e Mac Allister (Correa); Messi e Julián Álvarez (Dybala). Técnico: Lionel Scaloni.
CROÁCIA: Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa (Orsic); Kovacic, Brozovic (Petkovic) e Modric (Majer); Pasalic (Vlasic), Kramaric (Livaja) e Perisic. Técnico: Zlatko Dalic.
GOLS: Messi, aos 34, e Álvarez, aos 39 minutos do segundo tempo. Álvarez, aos 24 do segundo tempo.
JUIZ: Daniele Orsato (Itália).
CARTÕES AMARELOS: Livakovic, Kovacic, Romero, Otamendi
CARTÃO VERMELHO: Mario Mandzukic (auxiliar)
PÚBLICO: 88.966 torcedores.
LOCAL: Estádio Lusail.