O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, começou a apurar uma denúncia feita por agentes do 20º Batalhão da Polícia Militar contra o major de prenome Denison, subcomandante da unidade, por abuso de poder e assédio moral que os praças estariam sofrendo.
Segundo as denúncias encaminhadas em um vídeo ao promotor, três viaturas do 20º BPM estão sendo retiradas diariamente das rondas para atuarem na segurança privada de uma obra no Conjunto Liberdade II, no Bairro da Terra Firme, enfraquecendo o policiamento na área.
Dizem os denunciantes que no dia 11 de novembro deste ano, policiais militares lotados no 20º BPM, em patrulhamento no Conjunto Liberdade II, conhecido como “Abrigo”, avistaram dois indivíduos não identificados em atitude suspeita, momento em que tentaram fazer a abordagem, mas foram surpreendidos com disparos de arma de fogo, com os tiros chegando a atingir uma viatura.
“Os suspeitos conseguiram fugir, mas logo depois, o subcomandante do 20º BPM, major Denison, passou a fazer indagações através do oficial de dia, perguntando se os policiais não haviam batido ou atirado na viatura. Não houve preocupação com a integridade física e psicológica dos três policiais envolvidos na ocorrência, a preocupação era com a viatura”, afirmam.
No vídeo, os agentes destacam ainda que “o major está praticando sucessivas perseguições contra militares do batalhão citado, inclusive contra policiais recém-formados, que quando batem a viatura são colocados no P.O. (policiamento ostensivo), pegando sol, chuva e ficando à deriva de ataques de criminosos”.
No vídeo, eles pedem que o Ministério Público Militar dê uma resposta à altura dessas acusações de perseguições por parte do major citado, que inclusive “usa uma viatura do estado para deixar seu filho na escola, fazer compras e escolta quando está praticando ciclismo”.
Outra acusação grave, conforme o promotor Armando Brasil, dá conta de que “todos os dias, três viaturas têm que ficar paradas dentro das obras do Conjunto Liberdade II para vigiar materiais de construção, resultando na fragilidade do policiamento operacional, contribuindo para fortalecer organizações criminosas no local”.
Por fim, eles anexaram imagens de dois suspeitos que foram executados pelo crime organizado na área – um deles teve a cabeça separada do corpo – e dizem que os policiais militares do bairro da Terra Firme estão abandonados. “Dr. Armando Brasil, faça alguma coisa”, apelam.
O Ver-o-Fato não conseguiu contato, sem obter sucesso, com o major Denison, para ele apresentar sua versão dos fatos narrados e sob investigação da Promotoria Militar. O espaço está aberto à manifestação.
Veja o vídeo: