A região amazônica ainda guarda muitos mistérios para ciência, mas aos poucos os cientistas vão descobrindo alguns fragmentos de seu passado que costumam nos surpreender. É o caso de um estudo, divulgado pelo Portal Socientifica, que demonstra que há cerca de 8 milhões de anos, no final do período Mioceno, nas águas da floresta amazônica, viveu um jacaré gigante de 8,5 toneladas.
Seu nome científico é Purussaurus brasiliensis, sendo descrito pela primeira vez a mais de 100 anos como um réptil gigante, podendo chegar a cerca de 12,5 metros de comprimento.
Somente o crânio desse jacaré chegava a medir 1,5 metros, com uma mordida poderosa que poderia chegar a 7 toneladas de força. Essa poderosa mordida o permitia atacar presas muito maiores, o que o elevava ao topo da cadeia alimentar daquela época.
Segundo a publicação, com todo esse tamanho, o jacaré amazônico precisava digerir ao menos 40,6 kg de alimentos. De modo que, assim como seus parentes atuais, ele afogava suas vítimas para depois arrancar pedaço a pedaço, engolindo inteiro e sem mastigar.
Seu desaparecimento teria ocorrido com o surgimento de mudanças constantes na elevação da Cordilheira dos Andes – que tem grande influência nos rios da região -, havendo uma alteração climática no sistema de águas amazônico, o que teria reduzido a quantidade de espaço disponível para os animais que viviam na época, dificultando muito a vida dos grandes predadores como o jacaré gigante. Por outro lado, os animais menores se adaptaram com maior facilidade, garantindo sua sobrevivência no processo de seleção natural da vida.