De volta a casa, Apolo Brito passou a tarde lendo o material que Esmeralda imprimira a seu pedido. A coluna Enfoque Amazônico, do site www.abcpolitiko.com.br, publicou entrevista com o coronel do Exército, Gelio Fregapani, sob o título A Amazônia será ocupada. Por nós, ou por uma ou mais potências estrangeiras, com a seguinte abertura: “Brasília, 25 de fevereiro de 2005 – O problema crucial da Amazônia é que ainda não foi ocupada. Ledo engano é supor que a região pertence de fato ao Brasil. Será, sim, do Brasil, quando for desenvolvida por nós e devidamente guardada.
“Daí porque às potências estrangeiras não interessa o desenvolvimento da Amazônia. Por enquanto, Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão, com esse objetivo, da grita ambientalista. Com a região intocada, matam dois coelhos com uma cajadada: mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais. Dois exemplos: a soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana; e a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poriam em cheque as reservas similares americanas e poderia mergulhar o gigante em recessão.
“O outro coelho é que, despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás, tudo já está preparado para isso. A reserva Ianomâmi – etnia forjada pelos ingleses –, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta. As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem nela entrar, por força de lei. Pois bem, já há manifestação na Organização das Nações Unidas (ONU) de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário.
“É disso que trata esta entrevista. Gelio Fregapani é o mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva. Para atingir a capacidade de iniciativa de tal magnitude, já esteve em praticamente todos os locais habitados e muitos dos desabitados da Amazônia, inclusive a selva, aquela que poucos conhecem e que nem uma hecatombe nuclear destruiria. Fala também mais de uma língua indígena. Fregapani já conduziu geólogos a lugares ínvios, chefiou expedições militares e coordenou expedições científicas às serras do extremo norte e onde dormem as maiores jazidas minerais da Terra.
“Desenvolveu também métodos profiláticos para evitar doenças tropicais, tendo saneado as minas do Pitinga e a região da hidrelétrica de Cachoeira Porteira. Coronel do Exército, serviu à força durante quatro décadas, quase sempre ligado à Amazônia, tendo fundado e comandado o Centro de Instrução de Guerra na Selva.
“Há mais de três décadas, vem observando a atuação estrangeira na Amazônia, o que o levou a escrever Amazônia – A grande cobiça internacional (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas), apenas um título de sua bibliografia. Ele está convencido de que a grita dos ambientalistas serve a interesses americanos e de que a ferrugem da soja foi introduzida no Brasil por concorrentes da grande nação do norte.
“Para Fregapani, a vocação da Amazônia, além da produção de metais, é a silvicultura. “Se nós plantarmos 7 milhões de hectares de dendê na Amazônia, extrairemos 8 milhões de barris de biodiesel por dia, o que equivale à produção atual de petróleo da Arábia Saudita. Fregapani não descarta guerra pela ocupação da Amazônia. “A Amazônia será ocupada. Por nós ou por outros”.
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