De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo mata mais de oito milhões de pessoas por ano no mundo, cerca de 1,2 milhão de fumantes passivos. No Brasil, o número chega a 200 mil mortes por ano. Ele ainda é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, 25% das doenças vasculares, entre elas derrame cerebral, 45% das mortes por infarto do miocárdio, além de 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer.
Amanhã, 3, é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data tem como objetivo fazer um alerta sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. A OMS estima que pelo menos um terço da população adulta mundial seja de fumantes. Neste ano, o dia assume contornos ainda mais relevantes, uma vez que estudos dão conta de que fumantes estão muito mais vulneráveis aos casos graves da Covid-19.
Já não bastasse o tabagismo promover ou acelerar diversas doenças, o que as pesquisas apontam é que o cigarro ainda é mais um complicador para a covid-19. Segundo dados da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, a pessoa que fuma, ao entrar em contato com a Covid-19, torna-se ainda mais vulnerável, com 45% mais chances de sofrer complicações de saúde.
É o que alerta a médica de Atenção Primária em Saúde da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Juliana Cristina de Vasconcellos Benatti. “O cigarro tem a capacidade de aumentar a produção de uma célula que facilita a penetração do coronavirus nos pulmões, favorecendo a infecção e aumentando os riscos de complicações com a Covid-19”, explica.
“O tabagismo tem relação com aproximadamente 50 enfermidades: Dentre elas, vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias); doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses), úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez”, enumera a médica.
Força de vontade e superação
“Abandonar o vício não é tarefa fácil, exige muito além de força de vontade. É preciso o acompanhamento de profissionais especializados e do apoio do núcleo familiar e de amigos. Ações educativas são sempre bem-vindas quando a luta é pela extinção do vício e pela saúde da população”, conclui Juliana
Para quem está disposto a parar de fumar, os benefícios são muitos. Entre os principais estão a redução do risco de doenças, melhora da autoestima, ganho de desempenho em atividades físicas entre outros.
É o que aconteceu com o aposentado Mário Sérgio Dinelli, que fumou por quase 40 anos. Ele participou do projeto Inspirar, da Usisaúde e já está há mais de dois sem fumar.
“Eu era obcecado por cigarro, sempre estava com um cigarro na mão. Comecei comprando para meu irmão e quando vi já estava fumando todos os dias. Assim que parei, tudo na minha vida começou a mudar para melhor. Quando fumava, eu tinha muito tártaro nos dentes e um mau cheiro que fazia com que as pessoas se distanciassem de mim. Hoje, as pessoas não se incomodam mais com a minha presença, pelo contrário, eu é que me incomodo com o cheiro do cigarro nas pessoas. Minha saúde melhorou de forma geral. Não me sinto tão cansado como antes”, relata Mário Sérgio, que contou com o apoio e orientação médica dos profissionais do projeto.
Discussion about this post