Um comandante de batalhão, que é tenente-coronel da ativa, um coronel da reserva e um cabo da Polícia Militar do Pará acusado da prática de homicídios e de pertencer a uma milícia, foram denunciados por peculato e prevaricação pelo 2º promotor da justiça militar, Armando Brasil, por desvio e uso criminoso de armamento da corporação.
Os denunciados são o cabo PM Leonardo Machado dos Santos, preso por ligação com a milícia das vans e homicídios; o tenente-coronel Marcelo de Araújo Prata, comandante do 5º Batalhão da PM em Castanhal, que fornecia as armas, e o coronel da reserva Marco Antônio Souza Machado, que também pegou arma e munição ilegalmente.
De acordo com a denúncia, o processo foi aberto a partir de investigações da Polícia Civil, em que o cabo L. Machado apareceu como envolvido no homicídio que teve como vítima o nacional Walberson Nunes Dantas, o ‘Tio Flora”, ocorrido no dia 19 de fevereiro de 2019, no bairro da Guanabara, em Belém.
Segundo a denúncia, o cabo Leonardo Machado dos Santos é conhecido por realizar a segurança da milícia das vans e, por conta disso, teria assassinado também o nacional Sidcley Moraes Borges, acusado de assaltar uma van “protegida” por ele.
Por este crime de homicídio, o cabo figura como réu em ação penal que tramita na Vara do Tribunal do Júri de Ananindeua, sob o nº 0008931-17.2017.8.14.0006.
Também consta nos autos, que o cabo L. Machado e o tenente-coronel Marcelo Prata, comandante do 5º BPM, em Castanhal, efetuaram prisões no município de Ananindeua, “o que soa demasiado estranho, já que ambos estivam lotados no 5º BPM, sediado no município de Castanhal”.
Por conta do envolvimento do cabo L. Machado em diversos homicídios em Ananindeua, ele acabou preso na operação Anonymous, deflagrada pela Polícia Civil.
Durante a execução de busca e apreensão de documentos do 5º BPM, por policiais civis, foram apreendidas cautelas de equipamentos da PM em favor do cabo matador, entregues pelo comandante daquele Batalhão, o tenente-coronel Marcelo Prata.
O comandante pagou para o cabo, de forma criminosa, conforme a denúncia, um escudo balístico; um capacete balístico; uma pistola Taurus ponto 40, com três carregadores; um fuzil com um carregador de 30 munições; uma submetralhadora Taurus ponto 40, com um carregador de 20 munições; duas escopetas calibre 12; uma carabina Taurus calibre 40, com carregadores de 30 munições; uma bandoleira; munições calibre ponto; munições de elastômero e 500 munições do tipo trina.
Ou seja, aponta a denúncia, “ao cabo L. Machado, o comandante do 5º BPM Marcelo Prata pagou uma quantidade excessiva de armas e munições, tendo subtraído alguns desses equipamentos do restante do efetivo do 5º BPM”.
A mesma operação da Polícia Civil apurou que o coronel da reserva da PM, Marco Antônio Souza Machado recebeu do comandante do 5º Batalhão um protetor balístico e uma pistola Taurus ponto 40, com três carregadores com munições.
A Polícia Civil ainda não confirmou se essas armas foram usadas em homicídios.
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