Desde a VIDA passada nos voltamos basicamente para uma das dimensões – aquém da sua imensa dimensão mítica – do que é a Amazônia, em si, e como ela nos aparece, a cada um de nós. Sendo essas dimensões bastante diversas para seus nativos e para quem apenas formou uma imagem, certa ou errada, à distância, da Grande Floresta.
Fazemos um superficial mas abrangente inventário da sua dimensão natural: fauna, flora, rios, chuvas, clima – sua geográfica em geral. E como a Floresta Sagrada é essencialmente oriunda do mesmo Mistério que engendrou e sustenta o Universo, mesmo em sua dimensão natural ainda encontramos aspectos que se situam numa deslizante fronteira intercomunicante entre o natural e o mítico – como o rio subterrâneo que corre por baixo do Rio Amazonas, recém-descoberto.
E nos perguntamos: realmente sabemos o que é a Amazônia, apenas que somente à tona, no que se apresente visível esse continente vegetal, que tanto alguns de nós, mais em outros países do que brasileiros – queremos tanto, segundo as vozes ocas dos discursos que apregoam querer preservar, defender, dos massacres do muito antigo Novo Imperialismo que a devora – herdeiro voraz do mesmo Velho Colonialismo?
Suspeito entre os adultos bem poucos, e também poucas crianças, em nossas escolas.
E se nas nossas escolas aos filhos brasileiros quase nada se ensina da Grande Floresta – como se Futuro não existisse para eles, desde já – saiba: – Há escolas no nosso fraterno irmão capitalista, os Estados Unidos da América do Norte – nós sendo os Estados Des-Unidos (por eles) da América do Sul, que ensinam às crianças norte-americanas que a Amazônia não faz parte do Brasil – nem dos demais países que ela cobre na América do Sul – que ela pertence ao mundo.
Com boa e generosa fé, admiramos que essa é uma grande verdade – por sua importância vital para o planeta Terra.
Mas nesse caso a fé é outra, é a má fé. Visando que as gerações futuras a sejam preparadas para, quando nossos fraternos canibais capitalistas do Norte, também europeus e até asiáticos e eslavos, um dia vierem tomar posse da Amazônia – com sempre mais devastadores tambores de guerra de extermínio, como fizeram no passado se apropriando e destruindo sua cultura originária – nós, brasileiros, peruanos, equatoriano, bolivianos, colombianos, guatemaltecos, salvadorenhos, venezuelanos, é quem seremos os ladrões, que queremos roubar a Grande Floresta do mundo – e não as vítimas de quem a Floresta está sendo roubada.
Como poderemos defender o que não sabemos que estamos defendendo?
Tratemos, pois, agora, da Amazônia Natural, didaticamente, saibamos, por um simples exemplo, que ela equivale a 53% das florestas tropicais ainda existentes no planeta. Esse é o nosso Santuário Natural:
Situada próxima à linha do Equador, o clima da floresta amazônica é equatorial e assim ela é marcada por elevadas temperaturas e umidade do ar. Nesse Santuário Natural e Mítico as temperaturas médias anuais oscilam entre 22 e 28 °C e a umidade do ar pode ultrapassar os 80%. Também o elevado índice pluviométrico – incidência das chuvas – varia entre 1400 a 3500 mm por ano. E em geral, as estações do ano na floresta se distingue por dois períodos: o seco e o chuvoso.
O solo da floresta amazônica é frágil, com apenas uma fina camada de nutrientes. O que é compensado pelo húmus formado pela decomposição da matéria orgânica, ou seja, folhas, flores, animais e frutos, é rica em nutrientes utilizados para o desenvolvimento das espécies e da vegetação da floresta. Quanto à flora, a floresta é uma típica Floresta Tropical, densa, e formada por árvores de grande porte.
A vegetação recebe nomes variados, conforme sua localização geográfica. Assim é chamada de Mata de Várzea – quando em áreas baixas, e sofre inundações periódicas, conforme as cheias dos rios. São muito férteis os solos da várzea por causa dos sedimentos depositados pelas águas dos rios. Esses solos são abundantes em andiroba, samaúma, jatobá e seringueira.
Ou Mata de Igapó, aquela que fica em áreas ainda mais baixas e sofre inundação permanente, por isso está sempre alagada. Para sobreviver nesse local as plantas desenvolvem formas de adaptações diferenciadas. Entre outras, elas são de espécies do igapó: bromélias, vitórias-régias, buritis e orquídeas.
A Mata de Terra Firme se localiza na maior parte da floresta amazônica e não sofre inundações por estar em áreas mais altas. Nessa, a vegetação é de grande porte, como a castanheira.
Na riqueza exuberante de sua flora habita sua igualmente exuberante fauna. A floresta abriga numerosas espécies animais, dessa variedade prodigiosa as mais comuns são onças, suçuaranas, jaguatiricas, peixes-boi, pirarucus, jabutis, ariranhas, tucanos, araras, jiboia, sucuri.
Para ter uma ideia da incomparável biodiversidade amazônica, citemos alguns números:
São mais de 1300 espécies de aves.
Mais de 3000 espécies de peixes.
Mais de 30 000 espécies de plantas;
1.800 espécies de borboletas.
427 espécies de anfíbios;
378 espécies de répteis;
Até 3.000 espécies de abelhas;
311 espécies de mamíferos.
Esses totais são os que até agora foram catalogados.
E – o que ainda mais enfatiza a importância da Grande Floresta – muitas dessas espécies são endêmicas – só existem na região amazônica. Mais um argumento a favor da importância essencial de sua conservação.
Por tudo isso e mais o que antes já aqui foi dito, sigamos fielmente o que recomendam nas últimas linhas do Manifesto Curau/Flagrados em delito contra a noite: – Precisamos manter todos os sentidos advertidos contra os engôdos de uma História feita contra nós, por dominadores contra dominados.
Discussion about this post