Popularmente conhecida como infecção generalizada, a sepse acontece quando o sistema de defesa do nosso corpo – para se proteger de uma infecção – acaba espalhando a inflamação pelo organismo.
De acordo com Nelma de Jesus, médica do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP), do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), “a infecção pode ser causada por diversos agentes, como parasitas, fungos, bactérias, vírus ou protozoários”.
Além disso, a profissional ressalta que, “infecções comuns, como abscesso dentário, infecção urinária, apendicite, infecção de pele e pneumonia, podem evoluir para sepse, por isso é preciso ter uma atenção especial”, completa.
Caso a doença não seja diagnosticada e tratada rapidamente, a infecção pode comprometer o funcionamento de um ou vários órgãos e até levar à morte.
O diagnóstico precoce foi o que salvou a vida do paciente Nivaldo dos Santos, de 45 anos. Após sofrer um acidente em Castanhal, Região Metropolitana de Belém, e ficar com diversas fraturas, durante a internação no HMUE foi diagnóstico com sepse.
“Foi um desafio para a equipe. Além das fraturas pelo corpo, tínhamos que cuidar da infecção generalizada. Então foi desenvolvido um plano terapêutico individualizado e hoje ele está junto de sua família”, comemorou a Daiane Freitas, coordenadora das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Metropolitano.
Maioria dos casos acontece fora do hospital
Muitas pessoas associam a sepse com o ambiente hospitalar, mas uma pesquisa do Instituto Latinoamericano de Sepse (ILAS) indica que entre 60 a 70% das pessoas desenvolvem a doença a partir de bactérias, vírus e fungos contraídos fora do ambiente hospitalar.
No Hospital Metropolitano, unidade gerenciada pela Pró-Saúde, o protocolo de sepse é realizado desde 2018, com o objetivo de reduzir a morbidade e mortalidade associada com esta síndrome.
“O hospital capacitou nos três primeiros meses deste ano, quase 350 profissionais para prevenir a sepse em pacientes no Metropolitano, com medidas baseadas em diretrizes mundiais para dar assistência”, enfatizou o diretor hospitalar, Itamar Monteiro.
Fique atento para os sintomas de sepse:
A médica Nelma de Jesus alerta para os sintomas, que são diferentes em adultos e crianças.
Em adultos:
• Falta de ar grave;
• Diarreia, enjoos ou vômito;
• Tremores extremos ou dores musculares;
• Pele manchada ou pálida;
• Baixa produção de urina;
• Confusão mental ou, em alguns casos, perda de consciência;
• Fala comprometida, arrastada ou tontura.
Nas crianças:
• Convulsão;
• Pele muito fria;
• Respiração muito rápida;
• Muito letárgico ou com dificuldade para acordar;
• Aparência manchada, azulada ou pálida;
• Mancha cutânea que não desaparece quando você a pressiona;
“É bom ficar atento aos sinais e procurar o médico. É possível tratar a infecção e voltar para a casa”, concluiu Nelma.
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