Vavá da Matinha, hoje, às 9 da noite, num especial da Rádio Sintonia Web |
p { margin-bottom: 0.25cm; line-height: 120%; }
“Ele passou pelo forró e foi grande. Gravou sambas de matuto com Abdias e foi enorme, mas seu charme mesmo, sua grande invenção, foi o brega romântico e altamente dançante”, como bem diz Abílio Neto, um de seus fãs e amigo.
“Morro defendendo o meu Estado”, sentenciou Vavá em uma entrevista concedida à TV Cultura, em 2007. Considerado um dos precursores da música brega paraense, começou a carreira cantando forró, mas foi com o bolero – que para muitos é o embrião do brega – que o artista conquistou a fama na década de 1970.
Vendeu milhares de discos e teve várias de suas canções gravadas por gente como Jackson do Pandeiro, Bezerra da Silva e o forrozeiro Abdias. “Vavá da Matinha” foi também o primeiro cantor a gravar no Brasil um merengue com letra, a canção “A deusa do mercado São José”, que como tudo que ele gravou na época se transformou em um grande sucesso.
Em 1959, ele mudou-se para o Rio de Janeiro. Na bagagem, levava uma carta de recomendação do amigo Edyr Proença para a rádio Tupi. Já no ano seguinte, gravou duas músicas numa coletânea da gravadora Continental. O trabalho fez tanto sucesso que, pouco tempo depois, Vavá ganhou seu próprio 78 rotações. O primeiro LP da carreira recebeu o título de “Eternas lembranças do Norte”, tinha apenas quatro composições e a maioria das músicas em ritmo de forró.
Nessa época, fazia sucesso no cenário musical brasileiro artistas como o “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, e Vavá da Matinha – que, no Rio, fazia sucesso com seu nome de batismo – tinha espaço de destaque entre eles.
Seu sucesso na Continental lhe rendeu um contrato com uma das maiores gravadoras da época, a CBS. Só para se ter uma idéia era a mesma gravadora de Roberto Carlos. Depois de Vavá, as grandes gravadoras passaram a investir em cantores como Reginaldo Rossi. Foi pela CBS que ele lançou um dos seu maiores sucessos: “Só castigo”.
Avião na Baía do Guajará
Um fato pouco mencionado em sua vida pessoal e de artista: Vavá “deveria” ter morrido no dia 14 de março de 1970. Ele integrava o famoso grupo chamado de “Caravana do Forró”, criado pelo produtor musical Abdias Filho, e do qual também faziam parte artistas como Marinês e Sua Gente, Jacinto Silva, o “Coronel Ludugero”, Abdias, Jackson do Pandeiro, Otrópe e Dona Filomena, Messias Holanda, Trio Nordestino, Elino Julião, entre outros.
Aliás, sua amizade com Elino Julião lhe rendeu grandes sucessos: “Vá lá, vá”, e “A Deusa do Mercado São José” No dia anterior, a “Caravana do Forró” havia se apresentando em São Luís do Maranhão. Parte do grupo tomou um avião rumo a Belém. Naquela noite, porém, Osvaldo Oliveira caiu nos braços, e na cama, de uma garota, perdendo o vôo 903.
Chovia muito naquela manhã e, na aproximação, o piloto despencou, atolando a aeronave na Baía de Guajará. Morreram quase todos os 39 ocupantes. O desastre foi tão dramático que, alguns corpos, dentre eles o de “Coronel Ludugero” (Luiz Jacinto Silva, 1929-1970) só foram encontrados no dia 30. O “Coronel” foi sepultado em sua terra, Caruaru, Pernambuco, no dia seguinte. Só três pessoas sobreviveram. Otrópe (Irandir Costa, também morreu aquele dia.
Em 45 LPs, e 4 CDs, gravados, estão grandes sucessos: “Salada em Família”, “O Canto do Galo”, “Ninguém Segura o Nosso Amor”, “Bairros de Belém”,“Zé dos Santos”, “Voltei Sonhando”, “É Hoje que a muda fala”, “Só Vou de Mulata”, “Minha Companheira Solidão”, “ê Cariri (um clássico da música nordestina), “Torrado do Rio”, “Só no Kakiado”, “Beleza da Rua”, “A Fonte Secou”, “É Caco Pra Todo Lado”, “Festa no Paió”, “Fole Velho”, “Prepare a Fogueira”, “Festejos Juninos”, “Secretária do Diabo”, entre tantas outras.
Discussion about this post