Lucimar, moradora da Vila da Penha, no Rio de Janeiro, chocou a vizinhança ao manter o corpo de sua mãe de 75 anos no apartamento por seis meses. Desde julho, Lucimar passava as madrugadas inteiras orando em voz alta, com palavras desconexas, o que chamou a atenção dos vizinhos do prédio de quatro andares. Eles relatam que as orações eram intensas e perturbadoras.
De acordo com informações do jornal Extra, o síndico tentou buscar ajuda em unidades públicas de tratamento psicológico para Lucimar, mas, como o pedido não partiu de um familiar, a assistência não foi efetivada. “A ideia era tentar uma assistência social ou um acompanhamento psicológico, mas o pedido não estava sendo feito por ninguém da família, e era necessário levar a mulher para uma avaliação. A situação acabou não sendo resolvida, e a gente teve que aprender a conviver com todo aquele clamor conturbado”, relatou um morador.
A relação entre Lucimar e sua mãe, Maria Auxiliadora, parecia próxima, conforme testemunhas afirmam terem visto as duas frequentemente juntas pelo bairro. Quando a mãe ficou doente, Lucimar a levava em uma cadeira de rodas. No entanto, após o início do ano, Maria Auxiliadora desapareceu, e ninguém desconfiou da tragédia que ocorria dentro do apartamento. “Ninguém sentiu cheiro ou imaginou que algo tão grave estava acontecendo”, disse um vizinho.
O comportamento de Lucimar levantou ainda mais preocupações, principalmente porque o irmão dela, um militar aposentado, também tinha sido diagnosticado com problemas psicológicos. “Sabíamos que ele tinha uma doença psiquiátrica, e, com a situação das orações, começamos a nos perguntar se Lucimar também não estava passando por algo semelhante”, comentou um morador.
No sábado, 7 de setembro, o corpo de Maria Auxiliadora foi descoberto em avançado estado de decomposição, e no domingo seguinte, Lucimar intensificou suas orações, gritando ao ponto de ser ouvida até na calçada. “Ela passou o domingo todo, dia e noite, orando sem parar. O som nos lembrava do caos e do susto que tivemos quando o corpo foi encontrado”, afirmou um vizinho.
Na segunda-feira, o apartamento ficou silencioso e com as luzes apagadas. Lucimar foi levada pela filha, mas o destino final da mulher permanece desconhecido. “A filha garantiu que a mãe está bem”, finalizou o vizinho, ainda abalado com o episódio trágico que abalou a comunidade.
Do Ver-o-Fato, com informações de EXTRA.