A chacina que impactou a cidade de Jacundá neste domingo, 7, com quatro mortes e três feridos, incluindo uma criança de 5 anos, foi obra da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os quatro da própria facção foram executados com tiros no peito e face em dois locais distintos, em um aparente acerto de contas interno.
A população está chocada, exigindo segurança do governo estadual. Segundo relatos de fontes policiais ao Portal Ver-o-Fato, as execuções vitimaram, no primeiro ataque, Patrick Lohrann e Gabriele Milhomem, saindo baleada a mulher de nome Amanda Vitória da Silva Mendonça. Ela foi trasnferida para um hospital da cidade de Tucuruí e seu estado de saúde não foi informado.
No segundo ataque, Marcelo de Castro Souza e Jocivan Sales dos Santos foram os mortos. Eles estavam em um bar ao lado da ponte sobre o igarapé Sabiá, quando homens fortemente armados chegaram ao local já atirando. As outras vítimas, Cleilson Carreiro Rodrigues e a criança M.S.G., que foram baleadas, estão fora de perigo. A criança foi atingida no braço.
Em resposta ao clamor público, o governador Helder Barbalho enviou o Secretário de Segurança e o Delegado Geral para Jacundá, visando reforçar a presença policial e tranquilizar os moradores. Um inquérito foi aberto para investigar as circunstâncias e motivações da chacina. Forças policiais de municípios vizinhos foram também deslocadas para apoiar nas operações de segurança.
Em contraste com a ação governamental em Jacundá, a situação em Belém, capital do estado, é igualmente preocupante. O Comando Vermelho, outra facção dominante, continua a exercer controle em várias partes da cidade, influenciando desde o comércio informal até eventos de entretenimento.
No último fim de semana, a conhecida aparelhagem de som “Crocodilo” foi incendiada após os proprietários se recusarem a pagar a “taxa do crime” exigida pela facção.
Redução só na mídia
Esta série de eventos violentos destaca a disparidade entre as alegações de redução da criminalidade pelo governo estadual e a realidade enfrentada pelos cidadãos. Enquanto milhões são gastos em campanhas publicitárias sobre segurança, os habitantes do Pará enfrentam o aumento da violência e da influência de facções criminosas, questionando a eficácia das políticas de segurança pública no estado.
A comunidade de Jacundá, agora mais do que nunca, busca respostas e ações efetivas que possam restaurar a paz e a ordem, enquanto o governo do estado enfrenta críticas crescentes sobre sua capacidade de proteger seus cidadãos em face de uma criminalidade desenfreada.
A chegada de altos oficiais de segurança a Jacundá foi uma medida necessária, mas os residentes locais questionam a sustentabilidade dessas ações frente ao poder e à influência persistentes das facções criminosas.
A situação em Jacundá serve como um sombrio lembrete das complexas e perigosas dinâmicas de poder entre as facções criminosas no Brasil e o longo caminho que ainda precisa ser percorrido para garantir a segurança de todos os paraenses.
VEJA IMAGENS