Na tarde desta terça-feira (9), uma proposição aparentemente inofensiva na Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados acabou se transformando em um acalorado debate entre os parlamentares. A proposta em questão era uma moção de aplauso e louvor ao bilionário Elon Musk, mas rapidamente se tornou um palco para confrontos ideológicos.
O embate teve início quando o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) expressou sua oposição à proposta, trazendo à tona questões sensíveis como o caso de Marielle Franco e a prisão de Chiquinho Brazão, enquanto relacionava a família Bolsonaro ao crime organizado. Isso gerou uma reação imediata do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que chamou Braga de palhaço, dando início a um acalorado bate-boca entre os dois.
Braga, em sua intervenção, criticou a postura de subserviência ao bilionário Elon Musk, acusando-o de tentar subjugar o país. “Não adianta, deputado, colocar a bandeira do Brasil nas costas, mas abaixar a cabeça a Elon Musk que está tentando fazer com o que o nosso país dobre os joelhos. Não tenho medo de cara feia”, afirmou Braga.
A tentativa de manter a ordem na comissão coube ao deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente do colegiado, que se viu obrigado a intervir diversas vezes para acalmar os ânimos exaltados. Por fim, Fraga acusou Braga de tumultuar a comissão e prometeu levar sua postura ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
A proposta de homenagem a Elon Musk, apresentada pelo deputado Coronel Meira (PL-PE), visava reconhecer o empresário por expor e enfrentar a censura política no país. “Elon Musk mostrou ao mundo a inacreditável e lamentável pressão da justiça brasileira, representada pelo seu ministro Alexandre de Moraes para obter legalmente dados de usuários da plataforma”, afirmou Meira.
Essa controvérsia surge em meio às tensões entre o bilionário e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em razão das críticas de Musk às decisões judiciais brasileiras. Desde então, as autoridades brasileiras têm reagido às posturas controversas do empresário, que agora se encontra sob investigação no inquérito que apura milícias digitais conduzido por Moraes.
Além disso, Elon Musk demonstra interesse em instaurar uma CPI para investigar alegadas práticas de censura e a existência de um suposto aparato de polícia e justiça paralelos no país. A saga continua e promete mais embates políticos nas próximas sessões legislativas.
VEJA O BATE-BOCA