A jovem Cassiana Isa Breda, de 19 anos, está prestes a enfrentar as consequências legais de suas ações após ser denunciada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). A 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Linhares aceitou a denúncia contra Cassiana, que agora responderá na Justiça por crime de racismo e corrupção de menores.
A acusação refere-se a um vídeo que circulou nas redes sociais, no qual Cassiana e mais duas adolescentes, de 16 e 17 anos, proferiram comentários racistas.
A denúncia contra Cassiana foi acolhida pela Justiça do Espírito Santo, enquanto as duas adolescentes aguardam análise da representação oferecida pela 2ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Linhares, por praticarem ato infracional análogo ao crime de racismo.
O vídeo, que se tornou viral no Tik Tok no início deste mês de janeiro, mostra as jovens participando de uma brincadeira semelhante ao jogo “eu nunca?”, onde ocorrem ataques mútuos com histórias pessoais. No entanto, as ofensas tomaram um caráter discriminatório ao usarem de forma pejorativa a palavra “preto”. Frases como “pelo menos eu não fui feita de palhaça por um preto” e “essa amizade com preto não vale nada, não” foram proferidas durante a interação.
Abaixo, veja as falas que geraram a acusação:
A Polícia Civil, ao receber informações sobre o caso, iniciou as investigações. O vídeo e as reportagens veiculadas na imprensa foram anexados ao processo, e as jovens foram identificadas e intimadas a comparecer na delegacia para interrogatório. Durante o interrogatório, as investigadas, orientadas por seus advogados, optaram por permanecer em silêncio.
Membros do movimento negro de Linhares e representantes da comunidade também foram ouvidos pela polícia, compartilhando suas percepções sobre o caso.
O advogado criminalista Rivelino Amaral ressaltou que, embora as pessoas tenham o direito de manifestar suas opiniões, estas não podem ultrapassar os limites do respeito às outras pessoas. No caso em questão, as acusadas teriam ultrapassado esse limite, cometendo crimes de racismo e corrupção de menores.
O G1 procurou a defesa da jovem e das adolescentes, mas até a publicação desta reportagem, não obteve retorno. O desdobramento desse caso destaca que as pessoas podem pagar bem caro por “piadinhas” sem graça feitas na internet, e lembrando que respeito é bom e todos merecem. Do Ver-o-Fato, com informações de G1 Espírito Santo.