Michael B. Jordan estreia como diretor, traz elementos de animes em um filme que explora diversidade e superação
O terceiro capítulo da franquia “Creed” pode ser resumido como um filme ambicioso que busca superar expectativas (principalmente de quem já sabe que não vai encontrar Sylvester Stallone na produção) e entregar uma história emocionante e reflexiva sobre desafios, família e inclusão.
Dirigido e protagonizado por Michael B. Jordan, o longa apresenta novos personagens e uma trama que (propositalmente) se distancia do legado de Rocky Balboa. A decisão de Stallone de não participar do filme foi motivada por diferenças criativas com a equipe de produção. Embora ele tenha desejado retornar como Rocky Balboa, ele e os produtores não conseguiram chegar a um acordo em relação ao arco do personagem e sua relevância para a história.
A ausência de Stallone, no entanto, não impacta severamente na qualidade do filme. Pelo contrário, o elenco de “Creed 3” parece ter sido selecionado exatamente para afastar os olhares desconfiados. Além de Jordan – que parece saber bem onde pisa após ter roubado a cena em “Pantera Negra”, “Fruitvale Station” e “Luta por Justiça” -, o filme conta com Jonathan Majors, que interpreta o vilão Kang em “Homem-Formiga e Vespa: Quantumania”, e Tessa Thompson, conhecida por seus papéis em “Westworld” e “Thor: Ragnarok”.
Sobre Majors, sua atuação não é unanimidade entre os críticos. Há quem diga que sua performance foi exagerada (o que em minha modesta opinião acabou sendo um acerto) e pouco convincente. Outro ponto que chama atenção em “Creed 3” é o fato de que Michael B. Jordan, além de protagonista, também assumiu o papel de diretor pela primeira vez em sua carreira.
Antes de Jordan, há uma série de outros diretores multitarefas como o mais que consagrado Clint Eastwood – diretor e ator principal em filmes como “Os Imperdoáveis” (1992) e “Menina de Ouro” (2004), ambos vencedores do Oscar de Melhor Diretor -, e Ben Affleck, que dirigiu e estrelou filmes como “Argo” (2012) e “A Lei da Noite” (2016), demonstrando habilidade em protagonizar e conduzir produções complexas e emocionantes.
Outro aspecto de “Creed” que merece elogios diz respeito à inclusão. A filha de Adonis Creed, interpretada pela jovem Lexi Jones, é surda, o que é integrado de forma orgânica na trama. Esse aspecto da diversidade é tratado com respeito e sensibilidade, ajudando a construir uma narrativa carregada de reflexão sobre a importância da empatia para com as crianças surdas.
Michael B. Jordan também foi muito feliz ao trazer elementos de animes como Dragon Ball e Naruto para a estética do filme, com planos fechados nos rostos dos lutadores de boxe e o suor escorrendo pelos seus corpos, criando uma atmosfera imersiva e visceral que os fãs de cultura pop produzida no Japão conhecem muito bem. Aliás, essa escolha estética é uma adição interessante e inovadora à franquia “Creed”, ajudando a criar um ambiente de tensão e emoção durante as lutas de boxe.
Assisti “Creed 3” com todo o conforto da sala Cinépic do Cinesystem localizado no Shopping Metrópole, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, a convite da Rádio Unama FM, parceira do projeto “O Véio Nerd”. Acesse @oveionerd no Instagram, Tik Tok e Youtube para conhecer melhor o projeto que tem me permitido dialogar com os apaixonados por filmes, quadrinhos, séries e muito mais!