Mary Cagnin, cartunista brasileira, usou seu perfil no Twitter para acusar a série da Netflix, 1899, que fez sua estreia na última quarta, 17, de ter copiado sua história de quadrinhos Black Silence, lançada há seis anos. O termo “plágio” chegou a figurar entre os assuntos mais comentados pelos internautas da rede social na manhã deste domingo, 20.
A artista acredita que a origem das similaridades remete à sua participação na Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, em que distribuiu a obra para diversos editores do mundo dos quadrinhos “Não é difícil de imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não só entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês.”
“Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pelo meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e sermos reconhecidos por ele”, continuou Mary, que afirmou que pretende “ver os procedimentos” que deve tomar.
1899 e Black Silence
1899, série dirigida por Baran bo Odar e Jantje Friese, mostra um navio que parte da Europa rumo à América repleto de imigrantes de nacionalidades distintas, esperançosos por uma vida nova em uma terra distante. No caminho, se deparam com outra embarcação, que havia sumido meses antes. Com isso, o sonho de tempos melhores pode acabar virando um pesadelo.
Black Silence é uma história em quadrinhos lançada após financiamento coletivo e, segundo a autora explica nas primeiras páginas da obra, é uma ficção científica com drama, suspense e terror, ambientada num futuro distópico pós-apocalíptico, com foco no drama psicológico dos personagens.
“Quando decidi fazer um sci-fi espacial, eu queria passar a sensação que tenho em relação ao universo: o desespero e o terror diante do desconhecido”, explica sobre a história de uma equipe de astronautas que vai a um novo planeta em busca da manutenção da humanidade, já que a Terra está com os dias contados. O quadrinho foi lançado em novembro de 2016 e está disponível para ler gratuitamente no site da autora.
(AE)