Belém parou hoje, de novo, para que os fiéis católicos acompanhassem a Romaria Fluvial de Nossa Senhora de Nazaré, uma tradição de 33 anos, que com outras demonstrações de fé do povo paraense, antecede a maior de todas as festas religiosas do Brasil, o Círio de Nazaré. Mais de 400 embarcações singraram pela Baía do Guajará nesta manhã de sábado (12) para homenagear a Padroeira da Amazônia.
As emoções se repetem todos os anos, com aumento significativo dos romeiros. A coordenação do evento estimou em cerca de 50 mil participantes no Círio Fluvial, em um percurso que durou cerca de três horas, com saída da imagem da Santa do cais de Icoaraci, em um navio da Marinha, até a escadinha da Estação das Docas, onde outra grande concentração de fiéis a esperavam.
A berlinda estava desde as 17h30 de sexta (11) na Igreja Matriz de Ananindeua, para onde foi levada no Traslado que partiu às 8h30 da Basílica de Nazaré, em um percurso de dez horas e 50 quilômetros. Lá permaneceu até às cinco da manhã deste sábado (12), quando foi reconduzida a Icoaraci, onde teve início o Círio Fluvial.
Por volta de 5 horas da manhã, a imagem saiu da Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua, onde foi realizada a vigília, e percorreu 24 quilômetros, pela BR-316 e avenida Augusto Montenegro até Icoaraci, saudada por um público estimado de 250 mil pessoas.
Da Estação das Docas, partiu a moto romaria pelas avenidas Presidente Vargas até o Colégio Gentil, onde ocorreu a benção dos motociclistas, outra tradição realizada há 30 anos, que reuniu cerca de 45 mil pessoas, com uma hora de duração.
Ao final da moto romaria, ocorreu um dos momentos mais emocionantes da festividade do Círio, a Descida do Glória. A Descida do Glória simboliza a proximidade da Padroeira dos paraenses com seus devotos, tradição que se repete desde 1992 e é um dos raros momentos em que a imagem original, encontrada no ano de 1700, deixa o altar-mor da Basílica.
“Ninguém consegue explicar o que acontece neste momento, a gente se emociona e começa a chorar”, descreveu Carlos Dias na chegada da imagem da Santa na estação das Docas. Em todos os cantos, muita gente emocionada, chorando, agradecendo e pedindo bênçãos à Santa. “Nunca tinha imaginado que houvesse tanta demonstração de fé como agora. Só ouvia falar. Agora eu sei, eu estou vendo”, disse o turista Cândido Nascimento, que veio de São Paulo.
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