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A promotora abriu inquérito civil após constatar que o casal não trabalha em Marituba |
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A promotora de justiça Ana Maria Magalhães de Carvalho empreendeu nesta tarde de terça-feira uma operação caça-fantasma, na prefeitura de Marituba. O alvo foi a Secretaria de Planejamento e Gestão do município, onde um casal que mora em São Paulo – a mais de 3 mil quilômetros de distância da região metropolitana de Belém, recebe da prefeitura mais de R$ 7 mil por mês sem trabalhar onde está lotado.
“Eu recebi a denúncia de que havia um casal – marido e mulher – que recebia como assessores tipo 5, o grau mais alto de assessoria em Marituba, mas que não compareciam para trabalhar. Pesquisei no site da prefeitura e realmente eles constam na folha de pagamento e não constava nenhum indicação de que estariam de férias. Marquei a diligência para hoje, fui na Secretaria de Planejamento, onde o casal não se encontrava, e entrevistei todos os servidores, mas nenhum os conhece”, explicou a promotora.
Durante conversa com o secretário (Antonio Lobato Coutinho), este alegou que conhece o casal e informou que eles prestariam serviço em outro local que não a Secretaria. “Perguntei ao secretário onde seria o local onde eles trabalham, mas ele não soube dizer”, continua Ana Maria Magalhães.
Na verdade, segundo pesquisa feita pela promotora nas redes sociais, a mulher, de nome Ana Cláudia Mussi Haase da Fonseca, se encontra em Miami (EUA), postando vídeos onde “aparece em locais bem caros, luxuosos, fazendo grande ostentação”. Na página pessoal na Internet, ela aparece em viagens internacionais e até pelo estado de São Paulo. Para Ana Maria, quem vive em tantas viagens é “porque não trabalha”.
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Ricardo foi nomeado em abril de 2017 pelo prefeito |
Já o marido, Ricardo Fernandes da Fonseca Junior, foi nomeado assessor especial em em abril 2017, como consta no decreto assinado pelo prefeito Mário Filho. Ao saber que Ana Cláudia e Ricardo não trabalham em Marituba, mas recebem salário dos cofres públicos, a promotora abriu inquérito civil para apurar o caso, que envolve também o próprio prefeito, Mário Filho, e o secretário de Planejamento e Gestão.
Caso fique comprovados os fatos até agora investigados, os dois servidores, responderão a uma ação civil pública por improbidade administrativa e terão de devolver ao erário tudo o que receberam indevidamente. Eles têm 10 dias para apresentar defesa.
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Assessor jurídico do MPPA constatou nas redes sociais as viagens de Ana Cláudia |
O Ver-o-Fato ligou para a prefeitura, mas não conseguiu falar nem com o prefeito Mário Filho, nem com o secretário Antonio lobato Coutinho. O espaço está aberto para que ambos apresentem suas justificativas sobre o caso.
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