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Na audiência pública, a revelação de que a Belo Sun comprou terras diretamente dos posseiros |
A mineradora canadense Belo Sun, que pretende extrair ouro da
região da Volta Grande do Xingu, adquiriu terras públicas sem consultar o
Incra, denunciou um servidor do órgão. A denúncia da irregularidade, segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
aconteceu anteontem, durante audiência pública convocada pelo Ministério Público do
Estado do Pará (MPE), como atendimento a uma demanda dos atingidos pelo
maior projeto de mineração de ouro a céu aberto do Brasil.
região da Volta Grande do Xingu, adquiriu terras públicas sem consultar o
Incra, denunciou um servidor do órgão. A denúncia da irregularidade, segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
aconteceu anteontem, durante audiência pública convocada pelo Ministério Público do
Estado do Pará (MPE), como atendimento a uma demanda dos atingidos pelo
maior projeto de mineração de ouro a céu aberto do Brasil.
De
acordo com o servidor do Incra Danilo Oliveira, a Belo Sun comprou áreas
da União diretamente com posseiros, o que é ilegal. “Depois disso,
enviamos três ofícios à empresa, mas ela não nos respondeu, além disso,
ela não nos deu os pontos de GPS para podermos localizar as áreas que
terão impactos direitos e hoje não temos clareza e nem precisão do que
pode acontecer nessa área”, complementou Danilo.
acordo com o servidor do Incra Danilo Oliveira, a Belo Sun comprou áreas
da União diretamente com posseiros, o que é ilegal. “Depois disso,
enviamos três ofícios à empresa, mas ela não nos respondeu, além disso,
ela não nos deu os pontos de GPS para podermos localizar as áreas que
terão impactos direitos e hoje não temos clareza e nem precisão do que
pode acontecer nessa área”, complementou Danilo.
A audiência na Vila da Ressaca reuniu cerca de 500 pessoas.
Segundo Ruy Lamim, do MPE, o objetivo da audiência era as famílias
denunciarem os impactos nos últimos três anos após a chegada da Belo
Sun na região da Volta Grande do Xingu. A
Belo Sun, uma subsidiária de uma empresa canadense e pertencente ao
grupo financeiro Forbes & Manhattan Inc, quer extrair na Volta
Grande do Xingu cerca de 108 toneladas de ouro durante 17 anos. Mas para
isso irá mudar completamente a paisagem e gerar uma infinidade de
impactos.
Segundo Ruy Lamim, do MPE, o objetivo da audiência era as famílias
denunciarem os impactos nos últimos três anos após a chegada da Belo
Sun na região da Volta Grande do Xingu. A
Belo Sun, uma subsidiária de uma empresa canadense e pertencente ao
grupo financeiro Forbes & Manhattan Inc, quer extrair na Volta
Grande do Xingu cerca de 108 toneladas de ouro durante 17 anos. Mas para
isso irá mudar completamente a paisagem e gerar uma infinidade de
impactos.
Ela quer construir duas cavas gigantes a poucos metros
do rio Xingu, uma com 1,1 mil metros de cumprimento por 540 metros de
profundidade e a outra com 2,9 mil metros de comprimento por 400 metros
de profundidade. Para isso, ela irá fazer duas pilhas gigantes de
estéril, que somadas terão área de 346 hectares, com altura média de 205
m e compostas de 504 milhões de toneladas de rochas desperdiçadas, ou
seja, é como se fosse duas grandes pirâmides do Egito no Xingu.
do rio Xingu, uma com 1,1 mil metros de cumprimento por 540 metros de
profundidade e a outra com 2,9 mil metros de comprimento por 400 metros
de profundidade. Para isso, ela irá fazer duas pilhas gigantes de
estéril, que somadas terão área de 346 hectares, com altura média de 205
m e compostas de 504 milhões de toneladas de rochas desperdiçadas, ou
seja, é como se fosse duas grandes pirâmides do Egito no Xingu.
A
principal preocupação dos atingidos é o tamanho do reservatório de
rejeitos, pois a Belo Sun pretende construir duas barragens para conter
cerca de 92 milhões de m³ de rejeitos. A título de comparação, os
rejeitos liberados pela Samarco em Minas Gerais no rio Doce foram cerca
de 62 milhões de m³, quantidade suficiente para matar cerca de 630 km de
rio. Além desse volume grandioso de rejeitos, o que também preocupa é a
grande quantidade de cianeto que a empresa irá utilizar no processo de
separação do ouro do minério. Em caso de vazamento, esse material irá
direto para o rio Xingu e pode atingir inclusive as estrutras da
barragem de Belo Monte.
principal preocupação dos atingidos é o tamanho do reservatório de
rejeitos, pois a Belo Sun pretende construir duas barragens para conter
cerca de 92 milhões de m³ de rejeitos. A título de comparação, os
rejeitos liberados pela Samarco em Minas Gerais no rio Doce foram cerca
de 62 milhões de m³, quantidade suficiente para matar cerca de 630 km de
rio. Além desse volume grandioso de rejeitos, o que também preocupa é a
grande quantidade de cianeto que a empresa irá utilizar no processo de
separação do ouro do minério. Em caso de vazamento, esse material irá
direto para o rio Xingu e pode atingir inclusive as estrutras da
barragem de Belo Monte.
Conforme informações do site da Belo Sun, ela estima no melhor cenário ter um lucro líquido de R$ 3 Bilhões. “Essa
empresa canadense vem para o Brasil e desrespeita a legislação e o
povo. A Belo sun é criminosa e não podemos deixar que esse processo de
licenciamento avance, se está passando por cima até do governo imaginem o
que ela irá fazer com o os atingidos”, questionou Jackson Dias,
militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
empresa canadense vem para o Brasil e desrespeita a legislação e o
povo. A Belo sun é criminosa e não podemos deixar que esse processo de
licenciamento avance, se está passando por cima até do governo imaginem o
que ela irá fazer com o os atingidos”, questionou Jackson Dias,
militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Nos últimos três anos a Belo Sun causou muitos impactos
O
morador José Lopes denuncia os prejuízos já causados: “com a
paralisação do garimpo, muita gente saiu da Ressaca e com isso diminuiu a
quantidade de gente na escola o que causou a demissão de vários
professores por falta de turmas; além disso, as voadeiras diminuíram
muito por causa da paralisação da economia”. O morador da Ressaca
e Militante do MAB, José Pereira Cunha (Pirulito), denunciou que os
garimpeiros estão proibidos de trabalhar por causa da empresa.
morador José Lopes denuncia os prejuízos já causados: “com a
paralisação do garimpo, muita gente saiu da Ressaca e com isso diminuiu a
quantidade de gente na escola o que causou a demissão de vários
professores por falta de turmas; além disso, as voadeiras diminuíram
muito por causa da paralisação da economia”. O morador da Ressaca
e Militante do MAB, José Pereira Cunha (Pirulito), denunciou que os
garimpeiros estão proibidos de trabalhar por causa da empresa.
“Hoje nós
vivemos oprimidos pela Belo Sun, estamos sofrendo criminalização”. Seu
Francisco (Piauí) denunciou que “a empresa Belo Sun tirou os nossos
empregos e agora tenta nos criminalizar falando para a polícia federal
que somos um bando de velhos e alcoólatras”. “Quem vai pagar esses últimos três anos que os garimpeiros estão sem trabalhar?”, questionou Iury Paulino, do MAB.
vivemos oprimidos pela Belo Sun, estamos sofrendo criminalização”. Seu
Francisco (Piauí) denunciou que “a empresa Belo Sun tirou os nossos
empregos e agora tenta nos criminalizar falando para a polícia federal
que somos um bando de velhos e alcoólatras”. “Quem vai pagar esses últimos três anos que os garimpeiros estão sem trabalhar?”, questionou Iury Paulino, do MAB.
O
agricultor Francisco Edson de Sousa denunciou que “antes eu vendia
muita galinha na vila da Ressaca, mas agora não consigo vender mais
nenhuma e tenho que vender cacau em Altamira para poder sobreviver”. Outro agricultor, Roosevelt Pereira, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Anapu, denunciou que não houve consultas públicas, e argumentou contra a
Belo Sun “esse projeto não é sustentável para essas famílias, só é
sustentável para o capitalismo”.
agricultor Francisco Edson de Sousa denunciou que “antes eu vendia
muita galinha na vila da Ressaca, mas agora não consigo vender mais
nenhuma e tenho que vender cacau em Altamira para poder sobreviver”. Outro agricultor, Roosevelt Pereira, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Anapu, denunciou que não houve consultas públicas, e argumentou contra a
Belo Sun “esse projeto não é sustentável para essas famílias, só é
sustentável para o capitalismo”.
O sr. Leonardo, prestador de
serviço da Belo Sun, denunciou que a empresa não pagou a empresa dele
pelos serviços prestados, o que deixou os trabalhadores sem salário.
Segundo ele, “se a Belo Sun não paga nem os contratos que ela faz
imaginem essas famílias aqui atingidas”. Além de agricultores,
pescadores, ribeirinhos e garimpeiros, a audiência teve a participação
de indígenas, pois o projeto Volta Grande está a 10 km de duas terras
indígenas.
serviço da Belo Sun, denunciou que a empresa não pagou a empresa dele
pelos serviços prestados, o que deixou os trabalhadores sem salário.
Segundo ele, “se a Belo Sun não paga nem os contratos que ela faz
imaginem essas famílias aqui atingidas”. Além de agricultores,
pescadores, ribeirinhos e garimpeiros, a audiência teve a participação
de indígenas, pois o projeto Volta Grande está a 10 km de duas terras
indígenas.
Mesmo assim, essas áreas não estão sendo consideradas no
estudo de impacto ambiental da mineradora. Bel Juruna, da Aldeia Muratu,
afirmou que seus ancestrais moram há mais de 300 anos na área e que
houve um desrespeito por não ter a presença da FUNAI e MPF na audiência
Pública para poder garantir os direitos dos indígenas. Ela falou que os
indígenas da Volta Grande do Xingu estão construindo o seu próprio
protocolo de consulta já que a Belo Sun não considerou essas populações
como atingidas.
estudo de impacto ambiental da mineradora. Bel Juruna, da Aldeia Muratu,
afirmou que seus ancestrais moram há mais de 300 anos na área e que
houve um desrespeito por não ter a presença da FUNAI e MPF na audiência
Pública para poder garantir os direitos dos indígenas. Ela falou que os
indígenas da Volta Grande do Xingu estão construindo o seu próprio
protocolo de consulta já que a Belo Sun não considerou essas populações
como atingidas.
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