Aspecto da partida entre Remo e Náutico, ano passado, em Boa Vista |
em partidas de futebol no país agiu também em uma competição nacional,
organizada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A Folha apurou que o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e
Proteção à Pessoa) investiga uma denúncia no jogo entre Náutico de
Roraima e Remo, pela sexta rodada da Série D do Campeonato Brasileiro de
2015, equivalente à quarta divisão.
perder do time paraense por 4 a 0. A equipe da casa, porém, venceu a
partida por 3 a 2 —a primeira das duas vitórias que o time teve na
competição. A proposta foi feita em uma reunião com o grupo de jogadores
relacionados para o confronto. Os atletas foram orientados a
comparecerem ao encontro usando shorts e não levarem aparelhos
eletrônicos. Os aliciadores queriam evitar qualquer chance de as
conversas serem gravadas.
Adroir Bassorici, 43, presidente do Náutico-RO, confirmou que foi
procurado por dois aliciadores na semana da partida, mas diz que não
aceitou a proposta.
“Fomos procurados por dois senhores. Um tinha traços orientais, enquanto
o outro tinha nome de Márcio ou Marcos, mas não me recordo agora. Ele
entrou em contato comigo oferecendo vantagem e algo em torno de R$ 30
mil, mas não aceitamos”, disse o dirigente, confirmando também a reunião
dos aliciadores com o elenco.
presos a um dos jogadores da partida, que sob condição de anonimato
reconheceu um dos aliciadores como Marcos Danilo Ferrari, 42, ex-técnico
do Palmeira (RN), um dos nove presos na operação “Game Over”.
Organograma da operação criminosa Game Over |
“Na época, fiquei muito surpreso e não sabia o que fazer, já que não
gravei a conversa e não tinha como provar. Estou disposto a colaborar
com as investigações. Não posso omitir a história”, acrescentou
Bassorici, que está na presidência do clube desde 2012. Assim como aconteceu em outras partes do Brasil, a quadrilha procurava
times que estavam com dificuldades financeiras. Na época, o Náutico
devia dois meses de salários aos jogadores.
Ele se apresentou à polícia em Natal na última sexta-feira (8) e deve
prestar depoimento no DHPP nos próximos dias. Natural de Diadema, o
aliciador treinou neste ano o Palmeira (RN), rebaixado para a 2ª divisão
do Campeonato Potiguar.
Inicialmente, a investigação apurava a tentativa de manipulação de
resultados em partidas das Séries A2 e A3 do Campeonato Paulista e de
divisões inferiores do Norte e do Nordeste. A operação, organizada pelo Drade (Delegacia de Repressão aos Crimes de
Intolerância Esportiva), aconteceu nas cidades de São José do Rio Preto,
Bauru, Sorocaba e São Paulo, além de cidades do Estado do Rio de
Janeiro, do Rio Grande do Norte e do Ceará.
Procurada pela Folha, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
afirmou que “em nenhum momento a CBF recebeu qualquer informação
relativa a este tema no que diz respeito às suas competições.”
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