Os líderes das comunidades foram ao MP denunciar a Hydro, mais uma vez |
A norueguesa Hydro, que já havia mandado às favas qualquer escrúpulo de consciência e despejado poluentes minerais nas águas de rios, igarapés e poços de Barcarena, agora partiu para o confronto contra o Ministério Público, a Justiça e as próprias comunidades que ela contaminou: deixou de fornecer água potável.
A denúncia foi feita hoje pelos líderes das comunidades impactadas pelo vazamento de rejeitos, durante reunião com integrantes da força-tarefa dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. Segundo eles, a suspensão ocorreu na semana passada, depois
que o MP pediu a abertura de inquérito policial para analisar informação
confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Estado do Pará
(Sespa) de que estava contaminada por metais pesados a água fornecida
em carros-pipa a várias comunidades.
Os membros do Ministério
Público Eliane Moreira, Felipe de Moura Palha e Ricardo Negrini,
informaram que a força-tarefa vai analisar medidas – inclusive judiciais
– para que a entrega da água seja retomada. Os procuradores da
República e a promotora de Justiça lamentaram que um atendimento de
importância emergencial e humanitária tenha sido bruscamente
interrompido, e que essa interrupção tenha sido comunicada às
comunidades como sendo motivada pelo Ministério Público, que jamais
solicitou a suspensão da entrega de água potável, e sim apenas da água
contaminada.
Sobre pedido da comunidade para ter acesso direto às
informações sobre providências tomadas no caso, o Ministério Público
destacou que essa é uma das propostas da força-tarefa apresentada no
Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e na ação ajuizada na Justiça Federal:
que seja formado um comitê social integrado por moradores de Barcarena
para acompanhar e fiscalizar as obrigações que vierem a ser atribuídas à
Hydro.
Na reunião desta segunda-feira os membros do Ministério
Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA)
também receberam e deram encaminhamento a outras denúncias apresentadas
pela comunidade, como algumas relacionadas à contaminação do lençol
freático por um lixão e a qualidade da água fornecida pelo sistema de
saneamento básico. Fonte: (Do Ver-o-Fato, com informações do MP)
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