Subiu para dois o número de mortos nesta terça-feira durante a operação da Polícia Civil contra um grupo que pretendia invadir o Maracanã durante o confronto de amanhã entre Flamengo e Grêmio. Os casos aconteceram nas comunidades de Manguinhos e Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, e além dos mortos, outras duas pessoas foram baleadas.
Em um confronto com policiais em Manguinhos, um suspeito de aproximadamente 40 anos foi baleado e sofreu ferimentos na nuca. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Geral de Bonsucesso, mas deu entrada na unidade sem vida.
No Jacarezinho, Robson Luis Santos, de 30 anos, foi baleado e teria sido socorrido por homens em uma kombi. Ele foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas já chegou ao hospital morto. Também no Jacarezinho, Márcio M. Pessoa, de 22 anos, foi baleado de raspão dentro do ônibus 298 Castelo x Acari, que passa próximo à comunidade, pela Avenida Dom Hélder Câmara. Passageiros acionaram o Corpo de Bombeiros, que socorreu a vítima para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio.
Segundo a viação Pavunense, além do disparo que acertou o passageiro, a perícia apontou que o coletivo foi atingido na altura do tanque de combustível, provocando vazamento de óleo na pista. “A Viação Pavunense lamenta mais um episódio de violência na cidade, que representa a situação de vulnerabilidade que se encontram rodoviários, passageiros e população. A empresa reafirma sua solidariedade ao passageiro e informa que irá registrar o caso na delegacia da região ainda hoje”, informou a viação.
Além do jovem, Adrianice Paulo, de 44 anos, também foi baleado no confronto. A vítima também foi levada para o Hospital Souza Aguiar, e segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o quadro de saúde de ambos é estável. A operação segue em andamento.
Bandidos ousados
Áudios interceptados por investigadores da Polícia Civil mostram a intenção de confronto mesmo com o policiamento reforçado.
Em uma das gravações, o homem chega a debochar dos policiais e os desafia. “Então, mano. Vamos botar o bloco na pista e f***-se! Deixa eles virem, mano! Deixa eles virem, pô! Deixa tentarem contra nós. O bloco é enorme, parceiro! Nós somos uma nação. E aí não tem como. Eles sabem que, contra a força, não há resistência. E nós, nesse momento, nós somos a força!”, diz.
“Eles podem vir com cavalinho, com bombinha de borracha, com gás de não sei o quê! Mas o pau vai comer, mano! E nós vamos entrar nessa p****, nós vamos ver o jogo!!!”, afirmou um dos envolvidos no plano.
Em um outro áudio, um dos homens chega a citar forças das polícias civil e militar e dizer que elas não serão capazes de detê-los.
“Rapaziada, rapaziada, nada me impede. Não tem Core, não tem Choque, não tem Bope, não tem Civil, não tem o c****** a sete. Quarta-feira é tudo nosso e nada deles!”, destacou outro torcedor.
Invasão detalhada
A investigação monitorou redes sociais e detectou a movimentação de grupos que estavam se preparando para falsificar ingressos, roubar torcedores e invadir o estádio. Num dos grupos de troca de mensagens, havia pelo menos 150 pessoas marcando local de encontro para cometer os crimes.
De acordo com informações da polícia, todos os procurados são investigados por formação de quadrilha. Mais de 100 equipes da polícia dão apoio à ação. A operação foi batizada de “Jogo Sujo”.
Os agentes pretendem cumprir mandados judiciais na capital, Baixada Fluminense, Região dos Lagos, Região Serrana e Grande Rio.
Além dos mais de 20 mandados de prisão, a polícia fará cerca de 90 intimações para torcedores que também se preparavam para tentar invadir o estádio. Por determinação do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, esses também não poderão se aproximar do estádio na quarta.
O Batalhão Especial de Policiamento de Estádio (Bepe) irá reforçar o planejamento de segurança e terá efetivo de 800 policiais. O perímetro de segurança também foi estendido no entorno do estádio. Fontes: O Dia e Istoé.
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