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Bolsonaro disse que há votos na Câmara para o impeachment de Dilma |
O redator do blog se preparava para deixar, por volta das 15 horas, o restaurante Casa do Bacalhau, na Diogo Moia com a Dom Romualdo Coelho, quando ouve uma gritaria que partia do anexo do dito restaurante. Eram palavras políticas de ordem e foi fácil identificar a quem era dirigidas. O deputado Jair Bolsonaro, expoente da extrema direita, tendo ao lado o também federal Eder Mauro e o estadual, Neil, eram recepcionados por admiradores, que gritavam “Bolsonaro Presidente”. O anexo do restaurante estava reservado para o salamaleque político-gastronômico.
Este jornalista-bloqueiro se aproximou do burburinho e pôde perceber que, além dos três deputados, havia dirigentes do Sindicato dos Policiais Civis e de partidos políticos no comitê de recepção. A tietagem era grande. O local estava lotado. Selfies e gravações de celulares pontificavam.
Após se identificar como jornalista, o redator conversou rapidamente com Bolsonaro, que frequentemente interrompia o que falava com o repórter, para posar para seus fãs. Após saber que o jornalista era correspondente do “Estadão” no Pará, Bolsonaro disse que, antes de virar deputado, escrevia palavras cruzadas no Caderno 2 do jornal.
“Eu escrevia as palavras cruzadas e no dia seguinte publicava o resultado. Sempre gostei de fazer isso. Foi um momento gostoso no “Estadão”, disse o deputado. E por falar em cruzadas, o repórter quis saber de Bolsonaro, polêmico por atacar o casamento gay, defender a pena de morte e outros babados radicais, como ele vê a encruzilhada política que vive o governo de Dilma e do PT. Respostas do deputado:
1- Há votos na Câmara e no Congresso para o impeachment de Dilma?
Resposta: há sim, a maioria, e parte do PMDB, aliado dela, quer que a Dilma saia. Aliás, o país não suporta mais esse governo corrupto, o pior de todos os tempos.
2- O sr. acha que o plenário vai votar isso logo?
Resposta: na quarta-feira que vem eles vão apreciar as propostas que já existem, além de uma proposta minha, para tirar a Dilma. O governo está desesperado. A condenação das pedaladas fiscais pelo TCU piorou para o governo o que já péssimo.
3- O que o sr. veio fazer em Belém? Vai acompanhar o Círio de Nazaré?
Resposta: recebi um convite do deputado Eder Mauro e estou muito honrado e feliz de estar em Belém, para ver essa festa religiosa que todos comentam pelo mundo afora. Vou acompanhar a procissão e orar pelo nosso país.
4- O sr. foi recebido com festa no aeroporto de Belém por um grupo de políticos e simpatizantes.
Resposta: eu já sabia da forte liderança do deputado Eder Mauro e fiquei feliz com a acolhida dos paraenses.
EM TEMPO: o deputado não teve tempo de responder a outras perguntas, mais incômodas, porque foi quase arrancado da conversa com o repórter pelos simpatizantes que o assediavam. “A comida está na mesa, deputado”, gritou um organizador da recepção.
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