Em um culto comemorativo de 90 anos da Assembleia de Deus de Tucuruí, no Pará, na última sexta-feira (12), um pastor causou indignação ao declarar que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) seria resultado de uma “visita do diabo no ventre” da mãe durante a gravidez. A celebração, que contava com centenas de fiéis presentes e outros milhares acompanhando online, foi marcada pelo discurso preconceituoso e ignorante do pastor Washington.
Durante sua pregação, ele afirmou: “De cada 100 crianças que nascem, temos um percentual gigantesco de pessoas e ventres manipulados, visitados pela escuridão que distorce, ainda no ventre, as crianças hoje. De cada 100, temos quase 30% de autistas em vários graus. O que está acontecendo, pastor Washington? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos.”
A declaração rapidamente viralizou, gerando uma onda de revolta nas redes sociais. O público criticou a postura do pastor, apontando o preconceito e a desinformação presentes em suas palavras. Em resposta à repercussão negativa, o pastor Washington publicou um vídeo de retratação em seu Instagram na madrugada desta quarta-feira (17).
No vídeo de desculpas, ele declarou: “Venho neste vídeo me retratar, devido à grande repercussão negativa de uma infeliz colocação minha, em um trecho de uma mensagem por mim pregada. Minhas sinceras desculpas, esta não foi a minha intenção JAMAIS, de me referir desta forma negativa em relação aos autistas.” Ele tentou justificar suas palavras dizendo que foram ditas no “calor da mensagem” e que “o ser humano é fadado ao erro.”
No entanto, muitos questionam a sinceridade do pedido de desculpas, observando que a retratação parece ter sido motivada pela repercussão negativa, e não por um genuíno reconhecimento do erro. A questão que permanece é: se não houvesse tal repercussão, qual seria a atitude do pastor?
O episódio destaca a importância de combater a desinformação e o preconceito, especialmente quando propagados por figuras de autoridade que influenciam muitas pessoas. É essencial promover uma compreensão mais esclarecida e empática sobre condições como o autismo, garantindo que todos sejam tratados com respeito e dignidade.
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