Expectativa agora é enorme para a continuação, ainda sem previsão de estreia
Sem exageros, afirmo que a primeira temporada de The Last of Us é, de longe, a melhor adaptação de um jogo de videogame para outra mídia. E isso não se dá apenas pelo fato de que Pedro Pascal (Joel), Bella Ramsey (Ellie) e o incrível elenco de apoio da produção dão aula de atuação a cada episódio esplendidamente montado com o intuito de agradar a gregos e troianos.
O que a primeira temporada de The Last of Us fez ao longo de seus nove episódios (disponíveis no serviço de streaming da HBO) foi entregar aos fãs e leigos (aqueles que nunca tiveram contato algum com o game) uma experiência inédita. Temos (finalmente) uma adaptação perfeita de um jogo de console para o universo das séries de tv. A produção conseguiu, de maneira muito assertiva, ‘descascar’ de TLOU tudo o que funcionaria para o produto game mas que não funcionaria para uma série televisiva.
Como um jogo de tiro e furtividade focado na narrativa, The Last of Us arrebatou uma legião de fãs que seguem endeusando esse produto desde o seu lançamento, em 2013, até os dias atuais. Vale lembrar que, recentemente (em 2022), a primeira parte (agora rebatizada como ‘The Last of Us Part 1’) da franquia foi relançada para o Playstation 5 e PC – muito melhor polida e com algumas adições em termos de jogabilidade.
Para os que sentiram falta de mais infectados pelo fungo Cordyceps nessa primeira temporada da série e dos momentos frenéticos – com correrias e testes para cardíacos que somente o game apresentou -, entendo que nada disso fez falta ou de fato acrescentaria algo à adaptação. Há mais espaço na série para que os protagonistas brilhem e os encontros verbais sejam determinantes. As participações especiais de atores que vivenciaram determinados papéis no jogo e na série aparecem completamente diferentes, ocupando outros espaços, também foi algo pra lá de especial.
A junção do criador de TLOU (Neil Druckman) com alguém que manja muito de construções dramáticas para a TV (Craig Mazing) impactou na preservação da essência do game com adições de cargas avassaladoras de amor e competência técnica. Há momentos inéditos e outros idênticos aos jogos, o que para os fãs (como o nerd que vos escreve) é o ápice da perfeição. Temos aqui a criação de um universo que evita repetições, coerente com a jornada e repleto de ambientações sem artifícios óbvios. Volta logo The Last of Us. Já sinto saudades.