Um homem ainda não identificado foi morto por um tiro de sniper da Polícia Militar, durante uma operação no Guarujá, litoral sul de São Paulo na manhã de hoje. O incidente ocorreu no local conhecido como “Beco das Almas”. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o homem teria atirado contra os policiais que estavam em patrulhamento na área.
Esta é a 27ª morte registrada em incursões policiais na Baixada Santista desde o dia 28 de janeiro, quando o governo estadual anunciou uma nova operação na região em resposta à morte do soldado da Rota, Samuel Wesley Cosmo.
A ação policial foi desencadeada após a informação de suspeitos armados vendendo drogas na Avenida Miguel Mussa Gaze. Segundo a SSP, ao perceberem a presença dos policiais a cerca de 50 metros de distância, os suspeitos abriram fogo, levando um dos policiais, designado como “atirador estratégico”, a revidar. O homem foi atingido e os outros suspeitos fugiram do local.
Com o indivíduo baleado, foi apreendida uma pistola 380 e uma pochete contendo mais de 600 porções de drogas, incluindo maconha e cocaína. A arma será submetida a perícia, e exames residuográficos foram solicitados.
O caso foi registrado na Delegacia de Guarujá como homicídio – morte decorrente de intervenção policial, tráfico de entorpecentes e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Essa não é a primeira vez que a SSP reporta a utilização de “atiradores designados” ou “atiradores estratégicos”. Segundo o secretário Guilherme Derrite, essa ferramenta foi criada pela Rota para proteção da tropa. Em 14 de fevereiro, um homem de 33 anos foi morto a uma distância de mais de 60 metros por um atirador da Rota posicionado no topo de uma construção na comunidade do Saboó, em Santos.
O secretário esclareceu que o “atirador estratégico” é uma ferramenta operacional e uma doutrina criada pelo Batalhão Tobias Aguiar (Rota) para proteção da tropa enquanto investigava o tráfico de entorpecentes em comunidades. No entanto, a nota divulgada pela SSP sobre o incidente deste sábado não especifica se o atirador designado pertencia à Rota ou se havia outros membros da tropa próximos ao suspeito abatido.
O emprego de snipers pela polícia tem sido motivo de crescente controvérsia, despertando debates sobre ética e segurança pública. A utilização desses atiradores de elite, muitas vezes destacados para proteger as tropas em áreas de alto risco, levanta questões sobre o equilíbrio entre a segurança dos agentes e os direitos individuais dos suspeitos.
A controvérsia se intensifica diante das alegações de que os suspeitos teriam atirado primeiro, forçando os atiradores a responderem em legítima defesa. Críticos questionam a legalidade e a proporcionalidade dessas ações, enquanto defensores argumentam que os snipers são fundamentais para garantir a segurança das equipes policiais em situações de alto risco.
A discussão sobre o uso de snipers não é exclusiva do Brasil, sendo observada em diversos contextos internacionais. A transparência na divulgação de informações sobre essas operações torna-se crucial para esclarecer as circunstâncias e garantir a prestação de contas à sociedade.