A prisão de Albino Santos de Lima, de 47 anos, acusado de ser o maior serial killer da história de Alagoas, chocou o estado. Ele confessou o assassinato de oito jovens, mas as investigações indicam que ele pode ser responsável por pelo menos dez mortes entre outubro de 2023 e agosto de 2024. Suas vítimas, todas com menos de 25 anos, foram mortas nos bairros da Ponta Grossa e Vergel do Lago, periferia de Maceió.
Perfil das vítimas e padrão dos crimes
As vítimas incluem sete mulheres e três homens, sendo três menores de idade, com destaque para duas adolescentes de apenas 13 anos. A polícia identificou um padrão de escolha: jovens negros, muitos com cabelo cacheado, moradores da periferia. Louise Melo, de 18 anos, uma mulher trans, também foi assassinada, demonstrando que o suspeito seguia características físicas específicas.
Os crimes ocorriam predominantemente à noite, entre sextas e segundas-feiras. Em uma sequência aterrorizante, cinco assassinatos aconteceram em menos de um mês, entre outubro e dezembro de 2023.
Modus operandi e captura
Imagens de câmeras de segurança foram cruciais para localizar Albino, que agia com frieza e estratégia: utilizava roupas escuras e boné para ocultar o rosto. Segundo o delegado Gilson Rego, ele se comportava como “um predador, extremamente frio e calculista”.
Em depoimento, Albino alegou que suas vítimas seriam ligadas a facções criminosas, mas a polícia não encontrou provas disso. Fotos de possíveis futuros alvos foram descobertas em seu celular.
Aspectos legais e defesa
Albino foi preso em casa, no bairro da Ponta Grossa, onde também cometia os crimes. O advogado Geoberto de Luna tenta provar que seu cliente é sociopata para torná-lo inimputável, o que pode permitir sua internação em unidades de saúde mental ao invés de uma pena convencional.
“São dez processos diferentes. Ele pode ser considerado inimputável em alguns casos e imputável em outros. Vamos apelar”, disse Luna. A defesa busca laudos psiquiátricos para sustentar a alegação de transtorno mental.
Impacto na comunidade e investigação
Os assassinatos deixaram um rastro de medo e luto na periferia de Maceió. As vítimas, como Mikaele Leite da Silva, 21 anos, e Ana Clara Santos Lima, de 13 anos, eram jovens com histórias interrompidas de forma brutal.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue analisando os casos para garantir a responsabilização completa do acusado. Segundo a delegada Tacyane Ribeiro, Albino apresentava uma obsessão perturbadora pelas características de suas vítimas.
Com informações de G1 e CNN