Uma imensa região de difícil acesso, infestada de criminosos, onde a polícia pouco é vista, a Vicinal Lisboa ou Vila do Trinta, na divisa dos municípios de Portel, no arquipélago do Marajó e Pacajá, na região do Xingu, foi o local onde três pistoleiros não identificados mataram a tiros três irmãos, em uma só empreitada.
A cena do crime foi uma estrada toda esburacada, localizada na zona rural, próximo de onde fica instalada a Vila Lisboa, que apesar de pertencer geograficamente a Portel, recebe benefícios da prefeitura de Pacajá, cuja sede está a 90 km de distância, bem mais perto do que a sede do município marajoara, que fica a cerca de 10 horas de viagem de lancha voadeira.
As vítimas foram os irmãos Gleibson Costa da Conceição, de 25 anos, Kaique Costa da Conceição, de 21, e um adolescente de 17 anos. Eles foram baleados no último final de semana, quando bebiam em um bar da região, por volta de 21 horas.
De acordo com testemunhas, os rapazes foram executados por três desconhecidos, que chegaram de moto e dispararam mais de uma dezenas de tiros. Os três irmãos não tiveram chances de defesa, devido à habilidade dos atiradores com armas de fogo, e morreram no local.
A jurisdição do triplo homicídio pertence a Portel, mas quem atendeu a ocorrência foi uma equipe da Polícia Civil de Pacajá, que estava de plantão e tomou as medidas iniciais cabíveis, providenciando em seguida a remoção dos corpos para a unidade do Instituto Médico Legal local.
Delegado explica violência
Em entrevista ao portal Notícia Marajó, o superintendente da Polícia Civil do Marajó Ocidental, delegado Paulo Junqueira, disse que o local onde foi cometido o crime fica numa área de confluência entre os municípios de Portel, Pacajá, Anapu e Tucuruí e que por causa destas distâncias geográficas, a região tem se tornado violenta em virtude das grilagens de terras, que têm gerado disputas criminosas por territórios.
Segundo o superintendente, bandidos de todos os tipos também fogem das cidades do entorno para se refugiar na localidade. A população local se sente abandonada pelo poder público e reclama que a Polícia Militar tem um contingente reduzido e poucos recursos para combater a criminalidade na área.
Todos os levantamentos feitos na cena do crime pelos policiais de Pacajá foram encaminhados para a Delegacia de Portel, que vai dar continuidade aos trabalhos de investigação a fim de tentar identificar os assassinos. Ate esta quarta-feira (27) nenhum suspeito havia sido identificado ou preso.