Com dívidas previdenciárias e trabalhistas em torno de 500 mil reais, o Bancrévea – que já foi conhecido em Belém como “o clube das grandes realizações sociais”, além de entrar para a história com vários títulos conquistados nas regatas na Baía de Guajará e também por ter dado a única Miss Brasil paraense (Celice Pinto Marques), pode sofrer duro golpe com o possível leilão de sua belíssima sede campestre.
A sede está localizada na Rodovia Mário Covas e possui 60 mil metros quadrados de área útil, quatro piscinas com toboágua, lago natural e vários campos e quadras para a prática de esportes. Especialistas do mercado imobiliário calculam que a sede do Bancrévea vale, no mínimo, 20 milhões de reais. O pior cenário é que, em leilões de bens valiosos, os lances costumam ser aviltados por ação de espertos corretores em comum acordo com gente de dentro do clube.
Os comentários, nos bastidores bancreveanos são de que o “dono” do clube, de prenome Evaldo, no poder com seu grupo há 25 anos, estaria promovendo uma espécie de preparação para que o leilão aconteça, aumentando ainda mais a dívida da agremiação, não se sabe por qual motivo. Talvez seja estratégia semelhante ao esvaziamento de uma estatal para preparar sua privatização.
Sem endereço fixo
O leilão judicial, segundo fonte do Ver-o-Fato, só ainda não aconteceu por que nas várias cartas de citação do responsável legal pelo Bancrévea, este nunca foi localizado, por não constar endereço fixo da administração do Clube, que já mudou de endereço pelos menos cinco vezes nos últimos 10 anos. E, atualmente, não tem endereço fixo.
O escritório, diz outra fonte, funciona na casa do “dono” do Bancrévea. Dois são os processos de Execução Fiscal ( 0011452-49.2018.4.01.3900 e 0034867-61.2018.4.01.3900) ambos já inseridos na dívida ativa da Fazenda Nacional, com previsão de penhora ou arresto de bens, caso não sejam quitadas as dívidas do clube, com sentença da juíza federal da 7ª. Vara, Lucyana Said Daibes Pereira.

E os proprietários como ficam?
O Bancrévea, em sua fase áurea, já teve mais de 5 mil sócios, entre proprietários e efetivos. Hoje está reduzido a um quadro de apenas 700 sócios-proprietários que já não mais frequentam o clube nem estão sabendo do desastre anunciado com esse provável leilão do último bem patrimonial do clube, justamente a joia da coroa.
Criado por idealistas pioneiros e depois com apoio e incentivos do ex-diretor do Banco, Orion Klautau, o Bancrévea chegou a ser um dos clubes de maior patrimônio e tradições do Pará. Possuía a sede náutica, de gloriosas tradições, na Cidade Velha, onde rivalizava em títulos paraenses com Remo e Paysandu. Era dono também de um valioso terreno na Avenida Nazaré, ao lado do INSS. E outros dois imóveis menores onde eventualmente funcionava sua sede administrativa.
Nos últimos 25 anos, porém, tudo foi sendo vendido a preço vil pelo mesmo grupo que domina o clube desde então e para pagar dívidas. Como parece ser também o fim melancólico da belíssima sede campestre do clube dos funcionários do Banco da Amazônia, vítima de gestores que nada fizeram para impedir o desastre.
O Bancrévea, hoje, como na música de Cazuza, é um museu de grandes novidades. Péssimas novidades.
Com a palavra – já que não foi possível localizá-los -, os diretores do Bancrévea.
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