Tenho um colega que ele já sofreu diversos casos de racismo. Tenho uma colega que já sofreu diversos casos de machismo.
Certa vez, meu colega e seus amigos foram abordados por uma viatura da Rotam enquanto iam para uma batalha de rima. Apesar de exaltados, os policiais faziam o procedimento normal e sem problemas. Quando chegou nesse colega, o policial fez piada com o cabelo black power dele, rasgou sua camisa e furou o pneu da bicicleta com uma faca. Fiquei indignado, mas passou. A vida seguiu.
Minha colega sofreu um sequestro relâmpago e tentativa de estupro. Por sorte, policiais da Rotam conseguiram lhe salvar das garras dos agressores. Fiquei aliviado, mas passou. A vida seguiu.
Passado algum tempo, essa minha colega postou no Facebook que estava esperançosa com a chegada da Força Nacional em Belém. Logo o meu colega foi comentar que era uma péssima ideia, que isso significaria mais opressão. Ela retrucava que não, que significaria mais proteção.
Ele chamou ela de apoiadora do racismo. Ela o chamou de machista. Os comentários aos milhares se dividiam, até que um excluiu o outro e passaram alguns dias postando indiretas contra seu opositor.
Como conhecia os dois, sabia das duas histórias, pude ter uma visão global da situação: no fundo os dois tinham um pouco de razão. O que viveram resultou em uma opinião, em uma visão de mundo, que posteriormente virou um impasse inconciliável.
São tempos de volta aos extremismos. Um diálogo simples tem um potencial imenso. As vezes é preciso dar uma respirada e tentar olhar com os olhos do outro. Quem sabe assim os conflitos continuem, mas as amizades permaneçam.
Quem sabe..
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