Uma operação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério do Trabalho, denominada “Illusio”, resultou na prisão do empresário Arinaldo Oliveira do Nascimento, de Barueri, São Paulo, em uma fazenda em Marabá, no Pará.
A ação visou desarticular uma quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em condições análogas à escravidão em fábricas clandestinas de cigarros.
A investigação revelou que a quadrilha, chefiada pelo empresário de Barueri, aliciava trabalhadores do Paraguai, levando-os para fábricas clandestinas na região de Divinópolis. Lá, os trabalhadores eram submetidos a condições de trabalho degradantes, ficando trancados, com telefones confiscados e sem acesso ao mundo exterior.
A distribuição dos cigarros falsos ocorria em caminhões, escondidos atrás de cargas de calçados produzidos em Nova Serrana.
Além da prisão do chefe da quadrilha, a operação resultou na apreensão de 11 veículos, incluindo seis de luxo, três armas de fogo e mais de 3 milhões de maços de cigarros. A medida de sequestro de bens e valores atingiu 38 pessoas físicas e 28 jurídicas, totalizando R$ 20 milhões.
Ao todo, foram cumpridos 24 mandados de prisão, resultando na detenção de 16 pessoas, incluindo o líder da quadrilha. Mandados de busca e apreensão foram executados em Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Amazonas, com quatro prisões em flagrante, duas por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão e duas por porte de arma. Adicionalmente, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em residências, galpões e empresas.
A Auditoria-Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho informou que resgatou 28 paraguaios e dois brasileiros em condições análogas à escravidão. Após os procedimentos de resgate, os trabalhadores serão reencaminhados ao Paraguai.
A operação Illusio tem como alvo uma organização criminosa envolvida em falsificação e contrabando de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação de documentos, crime contra as relações de consumo, crime contra registros de marcas e lavagem de dinheiro. A investigação continuará em parceria com a Receita Federal para desdobramentos relacionados a bens e contas utilizadas pela organização criminosa. Com informações do portal Correio de Carajás