A Praia do Atalaia, um dos destinos mais procurados no litoral do Pará, está tomada por toneladas de algas marinhas, um fenômeno conhecido como sargaço. A prefeitura de Salinópolis está realizando a retirada do material com o auxílio de caçambas, mas ainda não há previsão para a conclusão da limpeza.
Fenômeno natural e impactos
Desde o último domingo (19), grandes quantidades de sargaço têm se acumulado ao longo da faixa de areia da Praia do Atalaia e de outras praias da região, como em Marapanim e Bragança. Esse tipo de ocorrência não era registrada desde 2015. De acordo com a prefeitura, a presença excessiva das algas pode causar desconforto devido ao forte cheiro, além de irritação respiratória.
O oceanógrafo Marcus Coimbra, mestre em oceanografia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), explica que a presença do sargaço pode afastar turistas e comprometer a utilização recreativa da praia. “As algas vão se acumulando e, a longo prazo, podem gerar vários problemas. Um deles, o principal no caso de Salinas, que é uma área turística, é o afastamento das pessoas da praia. Esse acúmulo deixa a praia inapropriada para banho e para uso recreativo. Ainda mais quando elas começam a se decompor, liberando odores muito fortes”, alerta o especialista.
Possíveis causas
Segundo estudos, o aumento do sargaço nos últimos anos pode estar relacionado às mudanças climáticas. No entanto, fatores como correntes marinhas, ventos e a disponibilidade de nutrientes também desempenham papel fundamental. Coimbra explica: “Geralmente, o sargaço é uma alga marinha e existem até ilhas de sargaço em certas partes do Atlântico e do Pacífico. Elas chegam à praia devido a alguns fatores, como circulação oceânica, correntes e vento, mas principalmente pela disponibilidade de nutrientes. Efluentes e despejos de esgoto, por exemplo, podem atrair essas algas para mais perto da linha de costa”.
Limpeza e perspectivas
A Secretaria de Meio Ambiente de Salinópolis está atuando na remoção do sargaço e aguarda reforço de equipes estaduais. Embora caçambas estejam sendo usadas para transportar as algas, a prefeitura ainda não divulgou a quantidade exata de material removido e o destino final dos dejetos.
As praias de Salinópolis estão entre os destinos mais visitados por turistas, principalmente no mês de julho, período de férias e alta temporada do chamado verão amazônico. O acúmulo de sargaço pode impactar o turismo local, mas as autoridades seguem monitorando a situação e tomando medidas para minimizar os danos ambientais e econômicos.
Do Ver-o-fato, com informações do G1pará