O plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar o senador Sérgio Moro (União-PR) foi delatado por um ex-integrante da facção criminosa ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Esse ex-traficante, jurado de morte pelo PCC, virou informante das autoridades e foi colocado no sistema de proteção a testemunhas.
Uma das primeiras informações repassadas foi a indicação de quem seria o ‘cabeça’ do plano. A coordenação de toda a ação foi atribuída a Janeferson Aparecido Mariano Gomes, também conhecido pelas alcunhas de NF, Nefo, Artur e Dodge. Ele seria o chefe nacional da ‘sintonia restrita’, que funciona como um centro de inteligência e execuções de autoridades pela organização.
De acordo com a testemunha, NF estaria encarregado de levantar informações e sequestrar o ex-juiz da Operação Lava Jato. Quatro números de celular de pessoas próximas ao traficante foram entregues às autoridades. O monitoramento começou a partir da quebra dos sigilos telefônico e de mensagem dos aparelhos.
“O histórico criminal do depoente protegido e o fornecimento de dados simples, mas comuns em troca de informações do meio criminal (terminais atualizados para contatos momentâneos), levaram a instauração de inquérito policial para o aprofundamento de pesquisas em bancos de dados e diligências de campo”, relata a Polícia Federal em uma das representações enviadas à Justiça Federal na investigação.
A retaliação ao senador teria sido motivada por mudanças nas regras para visitas a detentos – Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos ‘cabeças’ da organização criminosa nos presídios de segurança máxima.
Como mostrou o Estadão, o PCC montou um relatório detalhado de reconhecimento do local de votação do senador, com descrição de acessos, câmeras, segurança e rotas. A PF acredita que os traficantes tenham cogitado agir no segundo turno da eleição.
O plano, que envolveria ainda atentados contra policiais e agentes penitenciários, foi tornado público nesta quarta-feira, 22, na Operação Sequaz, que prendeu nove pessoas.
A decisão da juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal Criminal de Curitiba, descreve o passo a passo das investigações, colocando o depoimento do ex-integrante do PCC no centro do inquérito.
Em momento algum, o despacho cita o promotor de Justiça Lincoln Gakyia, do Ministério Público de São Paulo, como alvo do ousado plano do PCC. Informações divulgadas na quarta-feira, 22, durante as diligências da Sequaz davam conta que o promotor estaria na mira da facção. Há quase 20 anos exercendo o papel de investigador do PCC, Gakyia se diz frequentemente ameaçado pela organização criminosa. (AE)
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