Após os primeiros 40 minutos de completo apagão e tomando dois gols de bobeira, além de bronca furiosa do treinador Hélio dos Anjos, o Papão conseguiu diminuir o placar no final da primeira etapa. Mas na fase final mostrou raça e heroísmo, virando o jogo e saindo de campo sob o delírio da Fiel.
A vitória faz o time se firmar no G8. Em resumo, o Papão “pegou liga” na fase decisiva da Série C. E Hélio dos Anjos provou que é um técnico de brilho intenso, que sabe mexer na hora certa.
A equipe pernambucana veio a campo defender a maior invencibilidade da Série C, no momento eram seis jogos – duas vitórias e quatro empates. Já o Bicolor não estava diferente. A equipe paraense não perdia há 5 rodadas e antes de a bola rolar, ocupava a 8ª colocação da competição.
O jogo de hoje valia literalmente a manutenção das equipes no G8 e uma derrota era uma perda enorme para a manutenção do sonho do acesso à Série B.
A bola rolou na superlotada lotada Curuzu, onde todos os 16;400 ingressos foram vendidos. O jogo começou nervoso, truncado e faltoso. Não se via lances de efeito, dribles e infiltrações. O dono da casa, que normalmente dita o ritmo inicial do jogo, estava dormindo, apagado, nervoso e sem ritmo.
Mas o campeonato brasileiro, em qualquer série, não perdoa times apáticos. Aos 10 minutos de jogo, Berguinho recebeu sozinho, entrou na área passeando, com tempo para escolher o lado que iria chutar. Tocou no canto direito do gol de Matheus Nogueira para abrir o placar. Gol do Timbu! Um gol ridículo de tomar. Náutico 1×0.
E quando todos os achavam que a equipe bicolor iria acordar de seu sono letárgico, e que o gol de empate era iminente, o Náutico assustou de novo. Berguinho deixou a segunda marca no gol alvi-azul. Parecia um pesadelo. Aos 22 minutos, o atacante timbu recebeu sozinho, avançou com a bola, entrou na área e chutou no canto direito para ampliar a vantagem. 2×0. Papão absolutamente perdido em campo.
Parecia que o Paysandu estava morto, Parecia, Aos 35 minutos, Ronaldo Mendes, no seu primeiro lance em campo, após substituir o bisonho João Vieira, que há muito tempo não vem jogando nada com a camisa bicolor, chutou de fora da área e diminui para o Papão, dando um pequeno alívio para a fiel bicolor. 2×1. Naquele momento o jogo estava completamente aberto, lá e cá.
O tempo foi passando e foi o fim de um eletrizante primeiro tempo. A saída do fraquíssimo lateral direito Anilson, substituído por Edilson, fechou aquele lado da “avenida” do Papão. Mas as melhores emoções ainda estavam para surgir.
Etapa da virada e da redenção
O segundo tempo começou e o Náutico recuou, colocando o placar debaixo do braço. Já o Paysandu, despertou e começou a correr atrás do prejuízo. Era tudo ou nada. E quem trabalha Deus ajuda. Aos 18 minutos, depois de muita pressão paraense, veio a premiação. Após cruzamento, Kevyn cabeceia de peixinho e empata o jogo para íncendiar a Curuzu. Papão empata a partida 2×2. Naquele momento, a pressão mudou de lado.
Mas o Papão não parava, estava implacável. Aos 33 minutos, depois de muito martelar, a bola sobrou para Vinícius Leite, o atacante puxou para a direita e colocou a redonda no ângulo, parecia que tinha colocado a bola com a mão. Um golaço. Foi a virada bicolor e a torcida ferveu o estádio. Paysandu 3 x 2. Jogaço,
E no fim do jogo, quem achava que a vitória do Paysandu estava completa se enganou. Aos 48 minutos, o espírito de luta e o brilho bicolor voltou. Gol do Papão! de novo. Ronaldo Mendes se esforçou para não deixar a bola sair, tocou para Nicolas Careca, o atacante invadiu a área, tocou para o garoto Roger, da base alvi-azul, que tocou para balançar as redes, fechando o caixão do Náutico.
Depois disso não teve tempo para mais nada. Foi um jogo eletrizante, em que o Paysandu apagou no início do jogo, levou dois gols, não se abateu e foi buscar a virada e a ampliação do placar. O Papão depois que acordou se agigantou em campo, como a torcida quer. O bicolor fez um jogo com espírito de vencedor: 4 a 2..
Escalações:
Paysandu: Matheus Nogueira, Anilson (Edilson), Wanderson, Paulão e Kelvin; João Vieira (Ronaldo Mendes), Geovane, Robinho, Nicolas Careca;, Mário Sérgio e Vinicius Leite (Roger). Técnico: Hélio dos Anjos.
Náutico: Vágner, Diego Ferreira, Denilson, Richardison, Renan Siqueira; Jean Mangabeira, Victor Ferraz e Elton; Berguinho, Paulo Villero e Ribamar. Técnico: Fernando Marchiori.
Melhores momentos e gols: