O padrasto e a mãe de uma bebê de um ano e oito meses, que morreu depois de ser estuprada e torturada por várias vezes, foram condenados pelo Tribunal do Juri de Parauapebas a penas, que somadas, passam dos 120 anos de prisão, em regime fechado. O julgamento terminou durante a noite, naquela cidade da Região Carajás, no sudeste paraense.
A mãe da criança, Irislene da Silva Miranda, pegou uma pena de 46 anos, 5 meses e 20 dias de cadeia, enquanto o padrasto, Deyvyd Renato Oliveira Brito, foi sentenciado a 83 anos e 4 meses de detenção. Os crimes contra a bebê Carla Emanuele Miranda Correia, praticados em janeiro do ano passado, tiveram grande repercussão no Pará devido à frieza e perversidade dos réus.
O julgamento do casal durou dois dias e terminou quando o corpo de jurados decidiu pela condenação dos réus. A dupla foi sentenciada pelos crimes de homicídio qualificado, estupro de vulnerável, lesão corporal grave e tortura.
De acordo com o processo, a morte da bebê, ocorrida no Hospital Geral de Parauapebas, para onde ela foi levada em estado grave, foi provocada por hemorragia intracraniana, devido a constantes agressões e torturas praticadas pelo padrasto durante abusos sexuais, com o consentimento da mãe da criança.
Na presença da Polícia Civil, na época do crime, a mãe da menina confessou aos policiais que sabia dos abusos sexuais cometidos pelo companheiro contra a bebê, que ocorriam quando ela se recusava a manter relações sexuais com ele.
Pela decisão do tribunal do Júri, os dois cumprirão pena em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade. O réu voltou para a Cadeia Pública de Parauapebas, enquanto a ré ao Centro de Recuperação Feminino (CRF) de Marabá, onde estavam recolhidos.
Monstruosidade
O crime ocorreu em 7 de janeiro de 2020, por volta das 14h20, quando a bebê Carla Emanuele foi levada pela mãe ao Hospital Municipal de Parauapebas (HGP) com sinais de abuso sexual e lesões na cabeça. A equipe médica constatou que a menina chegou desacordada, sem pulsação e com traumas na região da cabeça, mas a mãe disse que ela havia caído da cama e batido a cabeça.
Os exames apontaram que a criança tinha lesões no ânus e na vagina, correspondentes a conjunção carnal e atos libidinosos, com vestígios recentes e antigos e logo o Conselho Tutelar e a Polícia Civil foram acionados.
Os crimes foram praticados na casa alugada do casal, na Rua Axixá, Bairro Liberdade II. Testemunhas disseram na polícia que viam com frequência a criança com hematomas no rosto, inchaço e marcas roxas no corpo e que ela demonstrava pavor do padrasto.
A mãe revelou que quando não queria ter relações sexuais com o réu, este abusava sexualmente da menina, na frente dela.