No documento oficial do cartório eleitoral de Jacareacanga, localizado na Região do Tapajós, no oeste do Pará, consta que o cidadão Ary Oswaldo de Oliveira Pereira, de 58 anos, natural de Porto Velho (RO), “morreu de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e um acidente vascular isquêmico”. E também que ele foi “sepultado no Cemitério São Francisco, no Quilômetro 06, em Itaituba”, a cerca de 390 km de distância.
Ocorre que quem recebeu a certidão de óbito das mãos de um funcionário do cartório, quando buscava tirar a segunda via do título eleitoral, foi o próprio “morto”, que não levantou do túmulo, nem tampouco é uma visagem. Ary Oswaldo Pereira, completamente assombrado com a notícia, jurou de pés juntos ao cartorário que está vivinho da Silva.
Claro que o caso provocou o maior espanto na população e viralizou nas redes sociais, virando notícia nacional. Desde a notícia da própria “morte”, quando recebeu a certidão de óbito, em janeiro deste ano, até agora, o cidadão tenta resolver a situação, porque precisa do documento para tentar reorganizar a vida.
“Eu fui tirar a segunda via do documento, porque eu tinha perdido, quando o rapaz do cartório eleitoral disse que não poderia imprimir a fotocópia porque tinha um atestado de óbito no meu nome”, disse Ary Oswaldo em entrevista a um portal local.
“Morto” e cancelado
O caso ocorreu no cartório da 102ª Zona Eleitoral, onde o homem foi informado de que a certidão de óbito em seu nome foi registrada no Cartório do 2° Oficio de Itaituba. Na certidão consta que ele “morreu em outubro de 2021 no Hospital Regional do Tapajós (HRT)”. Ary Oswaldo, porém, garante que não conhece Itaituba e nunca esteve internado naquele hospital.
Do cartório, ele disse que seguiu para a Delegacia da Polícia Civil de Jacareacanga para registrar um boletim de ocorrência, mas teve outro susto ao saber que os seus documentos estavam cancelados. Então ele procurou a Promotoria de Justiça para tentar resolver a situação. Agora ele espera ser chamado pela Justiça para saber “o que vai dar”.
O cidadão disse que a inusitada situação tem gerado transtornos para sua vida, uma vez que não tem onde ficar na cidade e não está conseguindo trabalho, por estar sem documentos. Ele disse ainda que o problema afetou toda a sua vida, inclusive a saúde.
“Não tenho trabalho, não posso trabalhar porque meus documentos estão bloqueados. Até minha saúde mudou, eu não tinha problema de pressão, agora já tenho, porque o sistema nervoso já abalou porque a ansiedade por querer resolver isso aqui, e eu não tô conseguindo resolver, e tem que esperar agora uma ordem judicial, atrapalhou minha vida todinha”, completou. ( Do Ver-o-Fato, com informações do Giro Portal)