Frank Gardner, renomado correspondente de guerra da BBC, relatou uma experiência humilhante em um voo recente da companhia aérea polonesa LOT. Cadeirante há 20 anos, após ter sido baleado em um ataque da al-Qaeda na Arábia Saudita, Gardner foi forçado a rastejar pelo corredor do avião para chegar ao banheiro durante o voo de retorno de Varsóvia para Londres.
O incidente aconteceu no final de setembro e foi compartilhado pelo jornalista em suas redes sociais. Na postagem, Gardner, de 63 anos, desabafou sobre a situação desconcertante: “Estamos em 2024 e eu tive que rastejar pelo chão desta companhia aérea polonesa LOT para ir ao banheiro durante um voo de volta de Varsóvia, pois ‘não temos cadeiras de rodas a bordo. É a política da companhia aérea'”, escreveu ele na rede X (antigo Twitter).
A política da LOT Airlines proíbe cadeiras de rodas a bordo, o que levou Gardner a enfrentar uma situação de extremo desconforto e constrangimento. O jornalista descreveu a prática como “simplesmente discriminatória” e afirmou que tal política não deveria existir em pleno século 21. “Se você é portador de deficiência e não consegue andar, isso é simplesmente discriminatório”, ressaltou.
A publicação de Gardner foi acompanhada por uma foto de suas pernas no chão do avião, ilustrando a humilhação pela qual passou. Ele ainda destacou que a tripulação de cabine foi atenciosa e fez o possível para ajudá-lo, mas que a falha estava na política da companhia aérea. “Para ser justo com a tripulação de cabine, eles foram bem prestativos e se desculparam o quanto puderam. Não é culpa deles, é da companhia aérea. Não voarei com a LOT novamente até que eles entrem no século 21”, concluiu Gardner.
A denúncia de Gardner levanta questões importantes sobre a acessibilidade em companhias aéreas e o tratamento dado a passageiros com deficiência. Até o momento, a LOT Airlines não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.