Jon Jones está de volta. Considerado por muitos o maior da história do MMA, o norte-americano faz a sua estreia nos pesados (até 120 kg) no UFC 285 e já disputa o cinturão. O duelo pelo título é diante de Ciryl Gane, ex-campeão interino da categoria. O card preliminar está agendado para 19h30 (de Brasília) deste sábado, com o principal iniciando à meia-noite. Ele entrará no octógono já na madrugada de domingo. O evento terá transmissão exclusiva do UFC Fight Pass.
Dominante na categoria meio-pesado (até 93 kg), Bones, como é conhecido, não luta desde fevereiro de 2020, quando venceu Dominick Reyes em uma decisão controversa dos juízes. Desde então, o atleta esteve preparando o seu corpo para a transição de divisão, processo que o próprio admite não ter sido fácil.
Além disso, o hiato em sua carreira também ocorreu devido às negociações para um novo contrato com o UFC. A luta pelo título era para ser contra o então campeão, o camaronês Francis Ngannou, que não acertou os valores com a organização e foi liberado para buscar melhores oportunidade, provavelmente no boxe.
As conversas se arrastaram, adiando o retorno de Jon Jones, até que Dana White, o chefão do UFC, tomou a decisão definitiva de colocar Gane, o postulante número um da categoria, como o adversário pelo título. O norte-americano também recebeu um aumento para a nova sequência nos pesados, após ameaçar sua própria investida no boxe.
“Eu me sinto muito bem, mais forte como nunca. Consigo me mover de forma ágil, como um meio-pesado, e tenho a força de um pesado Tudo é novo para mim nesta categoria, mas isso me anima e me deixa empolgado. Vou fazer história”, disse Jones, logo após a pesagem oficial, na qual cravou 112 kg, o mesmo peso de seu adversário.
Se na balança há igualdade absoluta, nas plataformas de apostas esportivas Jon Jones é o favorito para levar o combate. De acordo com a Casa de Apostas, Bones tem odds de 1.51 (para cada R$ 1 o palpite vencedor receberá R$ 1,51), enquanto Gane obteve a cotação de 2.29. “Jones está a uma luta de se tornar o maior da história. Se a sua estreia nos pesados já for com o título, não haverá mais discussão. Ele é o maior de todos”, crava Dana White.
O debate de quem é o maior da história costuma transitar por alguns nomes, conforme o momento de suas carreiras. Anderson Silva, Fedor Emelianenko e Georges St. Pierre são alguns deles. Mas a briga acaba ficando entre o brasileiro e o norte-americano
“Jon Jones teve diversos problemas fora do esporte, atrapalhando demais a sua imagem e causando alguns hiatos em sua carreira, trazendo também consequências para o seu lado comercial, como a perda de contratos de patrocínio. Mas, dentro do octógono, ele é considerado por muitos o maior da história do UFC e do MMA. A briga é sempre entre ele e Anderson Silva.
O título dos pesos-pesados, a categoria de maior prestígio na organização, o colocaria em um patamar superior ao do brasileiro, que dominou o peso médio (até 84 kg), mas jamais foi campeão em outra divisão. “Jones foi dominante em uma e agora busca ser o maior de outra. Caso consiga, não haverá mais tantos debates quanto ao maior deste esporte. E isso recupera o seu prestígio também nos negócios”, ressalta Renê Salviano, CEO da Heatmap, especializada em marketing esportivo.
Jones enfrentou diversos problemas fora do octógono ao longo de sua carreira. Foi preso algumas vezes por dirigir embriagado, envolveu-se em acidente de trânsito e não prestou socorro, violência doméstica e algumas suspensões e perda de título por conta de doping.
Ao longo desta preparação, ele enfatizou que é um novo homem e, segundo ele, cercou-se das pessoas corretas para o novo camp de treinamento. Aos 35 anos, Jon enxerga essa arrancada como a última chance de sua consagrada carreira.
O UFC 285 é a primeira atração gigantesca e totalmente exclusiva do Fight Pass, serviço de streaming oficial da organização, que estreou no Brasil no início deste ano. Após encerrar o contrato com a Globo, o evento aposta na força do MMA entre os brasileiros.
“O MMA já é um dos esportes favoritos dos brasileiros. Os fãs param nas noites de sábado para assistir uma grande disputa de cinturão, principalmente quando ela acontece no UFC. E a organização, visando os momentos grandiosos, apostou neste ano em seu próprio streaming no Brasil, e o retorno virá agora. A volta de Jon Jones, após três anos parado, causa grande expectativa no esporte e será exclusiva no Fight Pass. Os streamings são o futuro do esporte e tendem a dominar o mercado”, analisa Bruno Maia, CEO da Feel The Match, desenvolvedora de propriedades intelectuais voltada para streaming e blockchain.
VALENTINA TENTA MANTER SEU DOMÍNIO
Na outra disputa de título da noite, a campeã do peso-mosca (até 57 kg), Valentina Shevchenko, busca sua nona vitória consecutiva diante da perigosa Alexa Grasso, que também visa aumentar sua sequência positiva para cinco triunfos. O favoritismo da quirguistanesa é enorme. Segundo o Galera.bet, Shevchenko tem odds de 1.13, enquanto a mexicana possui 6.05 de cotação.
Na mesma categoria, duas brasileiras se enfrentam buscando uma melhor colocação na fila pelo título. Viviane Araújo, com 11 vitórias e quatro derrotas, encara Amanda Ribas, que possui um cartel de dez vitórias e três derrotas. Araújo acabou de ser superada por Grasso, que disputará o título nesta noite, enquanto Amanda também vem de uma decepção, após ser batida por Katlyn Chookagian, no ano passado. Segundo a Esportes da Sorte, Viviane é bastante favorita para vencer o combate, com uma cotação de 1.33 comparada com 3.04 de sua rival.
(AE)