Em Marabá, no sudeste do Pará, a cachaça mais uma vez mostrou que não é só um destilado de cana, mas um verdadeiro maestro de tragédias pessoais. No último final de semana, Jullian Boerchat Pereira Sirqueira, um cavalheiro claramente dominado pelo vício, resolveu transformar uma rotatória da Praça Monsenhor Baltazar, na Folha 16, Nova Marabá, em seu palco particular de pancadaria.
O motivo? Um simples “não” a um pedido de um copo de pinga. Julian partiu para cima do desafeto – cujo nome não foi divulgado – e o agrediu a socos e chutes.
A cena, digna de um roteiro de filme B, foi flagrada por uma viatura da Polícia Militar que, por sorte ou ironia do destino, passava pelo local na manhã de sábado. Lá estava a vítima, estirada no chão, servindo de saco de pancadas para Jullian, que caprichou nos golpes: lesões no rosto, sangramento intenso e até um dente quebrado.
Um verdadeiro artista da violência, movido a álcool e falta de juízo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou e encontrou o pobre coitado em estado grave, mal conseguindo respirar. Levado às pressas ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), a vítima agora é mais um número nas estatísticas de como a cachaça fabrica escravos e, de quebra, criminosos em potencial.
Álcool e sem liberdade
E como começou essa ópera de horrores? Segundo uma testemunha, que provavelmente ainda está tentando entender o que viu, ela e a vítima estavam apenas curtindo uma bebedeira pacífica quando Jullian, o protagonista indesejado, surgiu pedindo sua dose. Diante da negativa – porque, vejam só, nem todo mundo é obrigado a sustentar o vício alheio –, o sujeito perdeu o resto de compostura que o álcool ainda não tinha roubado e partiu para a agressão.
Um exemplo cristalino de como a dependência transforma gente em bicho, pronta para morder a mão que não a alimenta.
Jullian, é claro, foi agraciado com uma voz de prisão e apresentado à Delegacia de Polícia Civil, onde talvez tenha tempo para refletir sobre como um copo de cachaça vale mais para ele do que a liberdade. A vítima, por sua vez, segue sem atualizações sobre seu estado de saúde – provavelmente porque o roteiro da vida real não se preocupa com finais felizes.
E assim, Marabá ganha mais um capítulo na sua crônica de como o álcool não perdoa, escraviza e, quando quer, manda direto para a cadeia ou para o hospital.
Que tal um brinde a isso?