Encontro em São Paulo reunirá representantes de empresas, governo e especialistas na área de sustentabilidade para tratar dos preparativos do Brasil para a Conferência do Clima, em Baku, em novembro
Para debater o papel da indústria na agenda do clima e antecipar as propostas que o Brasil levará à 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29) que acontecerá em novembro, em Baku, no Azerbaijão, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoverá nesta quinta-feira (03), em São Paulo, o encontro Pré-COP29. O evento contará com a participação de empresários, governo, especialistas, e de entidades do setor industrial, entre as quais, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) que apresentará as ações que vêm promovendo, com vistas à realização da COP30, no Pará.
Durante o encontro em São Paulo, o painel de abertura será “Jornada COP+: estratégias e preparativos para além da COP30”. O representante da FIEPA, Alex Carvalho, foi convidado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, para ser o porta-voz do setor produtivo industrial do Pará, que é responsável por 46,37% da produção industrial da Amazônia e será sede da Conferência em 2025. Durante o painel, Carvalho abordará a relevância da Amazônia tanto para seus habitantes quanto para a economia nacional, destacando a importância do engajamento de federações, empresas, academia e setor público na defesa da legalidade, na valorização da sociobiodiversidade e no desenvolvimento socioeconômico da região.
“Nesse evento vamos discutir a COP29, mas já com um olhar atento para a COP30, que será um marco para o nosso Estado e para toda a Amazônia. É uma honra apresentar a Jornada COP+, uma iniciativa que nasceu na FIEPA e recebeu o apoio incondicional da CNI, e que propõe um trabalho integrado entre federações, empresas, academia e setor público em um esforço coletivo para posicionar a Amazônia como protagonista nos debates globais sobre sustentabilidade e meio ambiente, com um foco que vai além da COP30. Nosso objetivo é garantir que a legalidade, a valorização da sociobiodiversidade e o crescimento socioeconômico da região sejam temas centrais nas discussões e nas ações que devem ocorrer antes, durante e depois do evento em 2025. Acreditamos que somente com o engajamento de todos esses atores, e um trabalho contínuo, será possível criar um futuro mais sustentável e justo para a Amazônia, e a Jornada COP+ é um passo fundamental nesse sentido”, explicou Carvalho.
Iniciativas para redução de GEE -A mobilização do setor industrial tem sido fundamental para o Brasil avançar no alcance das metas estabelecidas no Acordo de Paris – reduzir 48% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 2025, e 53% até 2030 em relação a 2005. A estratégia estabelecida pela CNI é focada em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular, e bioeconomia e conservação florestal. Orientada por essas diretrizes, a indústria brasileira busca inovar no uso sustentável da biodiversidade brasileira e aplicar tecnologias mais limpas e eficientes na produção, desenvolvendo, inclusive, novos modelos de negócios com foco na redução da pegada de carbono e na competitividade dos produtos no mercado internacional.
“Queremos mostrar como a cooperação entre os setores público e privado tem contribuído para alcançar as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris e dar uma oportunidade às empresas mostrarem as ações e tecnologias de baixo carbono adotadas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos da mudança do clima”, afirma o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.
No evento, as empresas Syngenta, Vale, Suzano, Ambev, Petrobras, BRF, Latam Airlines, Braskem e Tetra Pak participarão de painéis apresentando iniciativas que vêm desenvolvendo, com ênfase em ações e tecnologias de baixo carbono e modelos de negócio de economia circular para a redução das emissões de GEE.
Rumo à COP29 e COP30 – A COP29 será realizada em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro. Além de reunir líderes governamentais, empresários, especialistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo, a COP29 tem o intuito de avaliar os avanços conquistados pelo Acordo de Paris e aprofundar as negociações sobre os temas mais relevantes do acordo climático.
A principal tarefa da cúpula de novembro é que os países cheguem a um acordo sobre uma nova meta anual de financiamento que os países ricos pagarão para ajudar as nações mais pobres a lidar com as mudanças climáticas, o chamado Novo Objetivo Qualitativo Coletivo (NCQG, na sigla em inglês).
A expectativa é que, caso a COP29 ofereça avanços substanciais em relação ao financiamento climático, o tema da adaptação à mudança do clima possa se tornar a principal pauta da COP30, que será realizada em 2025 no Brasil, duramente afetado por eventos climáticos extremos.
Com informações da Agência de Notícias da Indústria