Teve o efeito de uma bomba, dentro da Controladoria Geral do Estado (CGE), a divulgação no domingo passado, pelo Ver-o-Fato, sobre a denúncia de perseguição e assédio moral dentro do órgão, contra a auditora de Finanças e Controle, Vanda Neves. Ela já obteve duas liminares, um da justiça de Santarém e outra do Tribunal de Justiça, mas segundo a própria Vanda, as irregularidades não cessaram e nem a manifestação do Judiciário estaria sendo cumprida..
A servidora apontada como autora das perseguições e assédio é a controladora-geral adjunta de Controle Interno, Alegria dos Santos Leite. Após a publicação da reportagem, já no dia 8, segunda-feira, foi aberta uma sindicância investigativa para apurar o caso. A temperatura na CGE subiu ainda mais e a expectativa é de que medidas efetivas sejam tomadas.
A informação sobre a sindicância foi revelada ao Ver-o-Fato por uma fonte do Palácio do Governo, onde o caso repercutiu intensamente. Ainda de acordo com a fonte, o governador Helder Barbalho, que tomou conhecimento da denúncia, teria manifestado descontentamento e irritação com o que está ocorrendo na CGE.
“O Helder não tolera isso, porque desgasta a imagem do governo”, disse a fonte próxima ao governador. Segundo ainda a mesma fonte, na sindicância aberta pela Controladoria de Correição do órgão foi sugerido ao controlador-geral do Estado, Ozório Juvenil, “o afastamento imediato, por cautela e respeitando a moralidade pública, da servidora Alegria Leite da composição do grupo de trabalho do PEPEAD a fim de preservar a credibilidade e a integridade dos trabalhos desenvolvidos”.
Ironicamente, a servidora integra o grupo de combate ao assédio moral dentro de órgãos do Estado.
Outras denúncias de perseguição e assédio, algumas mais graves do que a que envolve a auditora Vanda Neves, chegaram à Controladoria de Correição. Há a advertência de que se não houver providências e tudo continue como está – ou seja, um clima de apreensão e medo entre os servidores -, o Ministério Público do Estado será acionado para entrar no caso e fazer o que determina a lei. Aliás, o MP não precisa ser provocado para fazer o que é de sua alçada.
Não falam
Mais uma vez, seguindo a regra do bom jornalismo de ouvir as partes envolvidas, dando a elas a oportunidade de manifestação, o Ver-o-Fato tentou contato com a controladora-geral adjunta de controle interno, Alegria Leite e com o chefe dela, o controlador-geral do Estado, Ozório Juvenil, mas não obteve sucesso.
O portal de notícias, inclusive, enviou mensagens para os celulares de Alegria e Juvenil, com perguntas a ambos e solicitando manifestação, mas até o momento não houve resposta. O espaço continua aberto para que ambos estabeleçam o contraditório e apresentem defesas sobre o que foi divulgado.