O ex-presidente do Valencia, Paco Roig, gerou controvérsia ao desferir críticas a Vinícius Júnior, chamando-o de “m**** como pessoa” devido à sua postura durante os jogos. A declaração veio à tona em um contexto marcado por episódios de racismo enfrentados pelo atacante brasileiro no futebol espanhol, especialmente durante uma partida entre Real Madrid e Valencia em maio de 2023, que ficou marcada por gritos racistas da torcida valenciana e até a interrupção do jogo.
Roig, que presidiu o Valencia entre 1994 e 1997, comentou que estava presente no jogo e ouviu seu neto relatar que a torcida chamava Vinícius de “tonto”, e não de “mono”, um termo pejorativo. O ex-dirigente criticou a atitude do jogador, que frequentemente se dirige à arbitragem durante as partidas, e lamentou o impacto das sanções aplicadas ao clube, que incluiu a suspensão de setores da arquibancada.
“Ele será um grande jogador, creio que é, mas é uma m**** como pessoa, sempre indo ao árbitro. Estive na América do Sul 20 ou 30 vezes e nunca me aconteceu nada. Vou lá com humildade e falo com carinho. Não posso sair falando que sou o conquistador. Esse cara não dá”, disse Roig em entrevista ao site espanhol Relevo.
As palavras de Roig surgem em um cenário já delicado, no qual Vinícius Júnior tem enfrentado episódios de racismo no futebol espanhol. Em resposta aos ataques, o jogador acionou a Justiça espanhola em busca de punições rigorosas. Em um desdobramento significativo, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão por racismo, uma decisão inédita na Espanha.
A relação entre Vinícius Júnior e a torcida valenciana não se limitou ao episódio de racismo. Em março deste ano, o jogador voltou ao Mestalla para um novo confronto, onde marcou os dois gols do Real Madrid em um empate 2 a 2. Durante a comemoração do primeiro gol, Vinícius fez um gesto simbólico, levantando o punho cerrado, demonstrando resistência e solidariedade contra o racismo.
As declarações de Roig reacendem o debate sobre o racismo no esporte e o papel das autoridades e dos clubes na proteção dos jogadores. Enquanto isso, Vinícius Júnior continua a ser uma voz importante na luta contra a discriminação e o preconceito no futebol.
