Uma enfermeira que cuidou do técnico Mario Zagallo entre 2018 e 2024 entrou com uma ação judicial contra o espólio do ex-treinador e seu filho, Mario César Zagallo. A profissional cobra o pagamento de R$ 328.115,27, alegando direitos trabalhistas não cumpridos, como rescisão contratual, depósitos de FGTS e INSS, além de horas extras e uma indenização por danos morais atribuídos a Mario César.
O processo, que tramita em segredo de Justiça, revela detalhes sobre a rotina exaustiva enfrentada pela cuidadora, que recebia cerca de R$ 2,4 mil mensais sem carteira assinada. Durante a pandemia, a enfermeira afirma que foi forçada a acumular outras funções, como arrumadeira, passadeira e cozinheira, sem qualquer compensação financeira adicional. Ela também menciona o uso de um sistema de monitoramento por câmeras que a impedia de se ausentar por mais de 15 minutos, devido a constantes mensagens de voz enviadas por Mario César em tom agressivo.
Três profissionais se revezavam nos cuidados de Zagallo, que necessitava de assistência contínua. No entanto, um deles deixou o trabalho, aumentando a carga para os demais. Segundo a enfermeira, ela foi dispensada de suas funções no dia do falecimento de Zagallo, sem aviso prévio.
Uma primeira tentativa de conciliação foi realizada no início de agosto, na 42ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, mas terminou sem acordo. A enfermeira pediu R$ 190 mil, enquanto a defesa de Mario César ofereceu apenas R$ 18 mil, proposta que foi recusada. Uma nova audiência foi marcada para o dia 16 de outubro, quando ambas as partes deverão apresentar testemunhas.
Pessoas próximas à relação entre a enfermeira e a família Zagallo confirmam os relatos da ex-funcionária. “Era humilhante demais”, afirmou uma testemunha. O jornal EXTRA entrou em contato com Mario César Zagallo, mas não obteve resposta.
Do ver-o-fato, com informações do G1